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    Filha mais velha de Obama, Malia atrai legião de fãs com seu estilo

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    16/08/2015 02h00

    Filha do dono da caneta mais poderosa do mundo, Malia Obama, 17, cresceu diante das câmeras.

    A um clique, fotografias da família de Barack Obama, presidente dos EUA, mostram as várias fases da vida da primogênita e da irmã caçula, Sasha, 14.

    Ao chegar à adolescência, Malia se tornou pop. Ganhou legiões de fãs que admiram seu estilo, sua beleza, sua descontração e, especialmente, os seus estágios.

    Em julho deste ano, por exemplo, Malia usou as férias para trabalhar na série "Girls", da HBO. Recebeu elogios públicos da chefe, a diretora e atriz Lena Dunhan, 29, que disse que gostaria de ter a mesma elegância "quando crescesse".

    Como toda celebridade que se preze, Malia Obama passou a ser notícia, mesmo na ausência de notícia. Seu périplo por universidades à procura de onde cursará o ensino superior a partir do ano que vem tem sido exaustivamente coberto pela mídia.

    O que ela almoçou na lanchonete, o sabor do suco que ela tomou, a pergunta que ela fez no dormitório ("Tem wi-fi?"), qualquer migalha de informação serve.

    De concreto, mesmo, sabe-se pouco: especula-se que ela cursará algo na linha de cinema ou entretenimento.

    Obama e a primeira-dama, Michelle, proíbem as filhas de dar entrevistas. Com escassez de palavras, as imagens transparecem um pouco mais as personalidades.

    Em janeiro, sua popularidade ganhou robustez quando uma foto em que aparecia usando uma camiseta do coletivo de rap Pro Era foi vazada supostamente sem o consentimento da Casa Branca.

    As pessoas postaram comentários surpresos por descobrir que Malia era, além de tudo, "descolada". Mas houve quem palpitasse que a foto tomou tamanha dimensão porque ela aparecia com o cabelo sem escova.

    Na maior parte de suas aparições públicas, Malia, assim como Michelle e Sasha, estão com os fios perfeitamente alisados. Mas nem sempre foi assim.

    No primeiro ano de mandato de Obama, em 2009, Malia tinha 11 anos e foi vista em Roma com o cabelo crespo.

    A foto circulou pela internet acompanhada de comentários por vezes racistas. Desde então, escassearam as ocasiões em que Malia se deixou ser vista sem escova.

    "Tenho certeza de que, mesmo sendo filha do presidente da República, ela sente o racismo", afirma o professor Tshombe Miles, da Cuny (Universidade da Cidade de Nova York).

    "Malia tem 99% a mais de chances de ser bem-sucedida na vida que o resto da população, independentemente da raça. Ela não enfrentará o que a maioria dos negros enfrenta. O que ela vai enfrentar é o olhar de raiva de indivíduos que não se sentirão confortáveis com uma pessoa negra na sua condição social e econômica."

    A ativista Jamia Wilson, 34, concorda com Miles no sentido de que a presença e a linguagem corporal da família Obama na Casa Branca são conquistas por si só na luta contra o racismo.

    Quando era criança, Jamia foi ofendida por um colega de escola que chamou o seu cabelo de algodão-doce. Na adolescência, ela tentou todos os estilos e cores. Acha normal e respeita que Malia hoje seja adepta da escova.

    Mas, após 11 anos com dreadlocks, assumiu os fios crespos como "decisão política".

    É comum mulheres negras usarem os cabelos lisos nos EUA. Algumas relatam ter problemas no emprego se aparecerem com o cabelo natural, mas, em geral, é uma questão de gosto.

    Gosto que, tudo indica, está mudando. Não deve ser à toa que a capa da última edição da revista "Vogue Teen" mostra um ensaio de modelos negras com os cabelos crespos, o título "Os novos rostos da moda" e a frase de uma delas: "Fique firme. Fique focada. Seja real".

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