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    Em missa para 300 mil pessoas no México, papa aborda pobreza

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    14/02/2016 21h56

    No segundo dia de sua viagem ao México, o papa Francisco celebrou neste domingo (14) uma missa campal para cerca de 300 mil pessoas no município de Ecatepec, nos arredores da capital Cidade do México.

    Em sua homilia, o pontífice alertou para os perigos trazidos pelo demônio e clamou aos mexicanos para que resistam às tentações do luxo e da corrupção.

    "Tenham em mente: com o demônio não há diálogo", disse Francisco para os fiéis. "Não há diálogo pois ele sempre nos derrotará. Somente a palavra de Deus pode vencê-lo", completou.

    Segundo o papa, as ações do demônio têm como objetivo separar os homens, criando, assim, uma sociedade de poucos para poucos.

    Um dia depois de investir contra o narcotráfico e a corrupção, Francisco criticou aqueles que tomam para si as riquezas destinadas a todos. O resultado, segundo papa, seria um "pão com sabor de dor, amargura e sofrimento. Numa família ou sociedade corrupta, é o pão que alimenta seus próprios filhos".

    Com cerca de 1,5 milhão de habitantes, a cidade escolhida por Francisco para a missa é uma das mais pobres e violentas do México. A taxa de homicídios registrada é de 35,9 por 100 mil habitantes, quase o triplo do índice nacional, consequência da violência gerada pelo narcotráfico.

    O local também registra taxas altas de sequestros e extorsões, bem como uma preocupante escalada nos homicídios de mulheres.

    A decisão do papa de celebrar sua maior missa em Ecatepec é significativa de sua prioridade e desejo de se dirigir às periferias do México.

    Durante seu sermão, o pontífice citou a dor que nasce pela falta de reconhecimento da dignidade que todos carregam dentro de si. "Quantas vezes tivemos que chorar e nos arrepender por nos darmos conta de que não reconhecemos essa dignidade nos outros", exclamou.

    Por isso, lembrou que a Quaresma (período de quarenta dias que antecede a Páscoa) é o momento para ajustar os sentidos e abrir os olhos diante das injustiças que atentam contra o sonho e o projeto de Deus.

    Ao término da celebração, Francisco benzeu as centenas de milhares de fiéis reunidos, pedindo-lhes que não se esqueçam de rezar por ele.

    A visita de Francisco ao México, que se encerra na quarta-feira (17), é repleta de simbolismos, pois o país latino reúne muitas das preocupações de seu pontificado, como a violência, a desigualdade e a pobreza.

    Na sexta-feira (12), um dia antes de chegar ao México, o líder da Igreja Católica teve, em Cuba, um encontro considerado histórico com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo.

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