Pela primeira vez desde que o promotor argentino Alberto Nisman foi encontrado morto, em janeiro de 2015, um funcionário da Justiça do país afirmou se tratar de um caso de assassinato.
O promotor-geral da Câmara Criminal, Ricardo Sáenz, afirmou, em documento entregue à Justiça, que Nisman foi "vítima de um crime de homicídio".
No texto, Sáenz diz ainda que Diego Lagomarsino, o dono do revólver encontrado ao lado do corpo, deve ser considerado responsável pelo crime, pois não se pode acreditar nele. Lagomarsino trabalhava para Nisman e havia afirmado que o promotor lhe pedira a arma emprestada por motivos de segurança.
Víctor Carreira - 18.fev.2016/Telam/Xinhua | ||
Protesto em Buenos Aires, em 18 de fevereiro, pouco mais de um ano após a morte de Alberto Nisman |
Lagomasino disse à imprensa local nesta quinta-feira (25) que Sáenz "pode dizer o que quiser", mas que está provado que ele não tem culpa.
Sáenz ainda acatou a apelação da ex-mulher de Nisman Sandra Arroyo Salgado para que a causa seja enviada à Justiça Federal.
Ele argumentou que homicídio é a principal hipótese para o caso, já que ocorreu quatro dias depois de o promotor denunciar a ex-presidente Cristina Kirchner por encobrir o envolvimento do Irã no atentado terrorista à sede da Amia (associação judaica).
Há duas semanas, a juíza Fabiana Palmaghini, responsável pela investigação, havia negado o pedido de Sandra Salgado de mandar a ação para a Justiça Federal. Ela afirmara ser prematuro para sustentar a hipótese de homicídio