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    Romney chama Trump de 'fraude'; Trump diz que ex-candidato 'arrega'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/03/2016 14h38 - Atualizado às 15h25

    A escolha de Donald Trump como candidato republicano "diminuiria amplamente" as perspectivas de um futuro seguro e próspero para os EUA, disse o ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney em um discurso nesta quinta-feira (3).

    Para Romney, os outros candidatos republicanos seriam alternativas melhores do que o empresário bilionário, que ele chamou de "falso, uma fraude".

    A corrida pela candidatura republicana, dominada por insultos e xingamentos, tem testemunhado a nomeação de Trump, antes vista como improvável, transformar-se em uma possibilidade cada vez mais forte para a eleição de novembro.

    "As únicas propostas políticas sérias que lidam com os abrangentes desafios nacionais perante nós atualmente vêm de Ted Cruz, Marco Rubio e John Kasich", afirmou Romney sobre os rivais de Trump. "Um deles deveria ser o nosso candidato."

    Romney foi incansável em suas críticas, afirmando que Trump "não tem o temperamento de um líder estável, pensativo. Sua imaginação não ficará acomodada ao poder real".

    Horas depois, em Portland, Trump convocou jornalistas para dizer que Romney, derrotado por Barack Obama em 2012, estava acostumado a "amarelar" e que na última eleição havia "implorado" por seu apoio. "Não sei o que aconteceu com ele. Veja como [Romney] pode ser fiel: quando pedia o meu apoio, eu poderia dizer 'Mitt, fique de joelhos', e ele ficaria de joelhos."

    Ao lado de Paul LePage, governador do Estado de Maine, o bilionário disse que Romney foi um candidato fracassado. "Mitt domina mesmo a arte de arregar", afirmou.

    "Ele arrega como eu nunca vi ninguém fazer. Tirando [Marco] Rubio." O pré-candidato ainda fez outras ironias ao dizer que não há só coisas ruins a dizer sobre Romney. Ele elogiou a companheira do republicano, Ann Romney, a quem chamou de "mulher adorável".

    A troca de acusações ocorreu enquanto os candidatos republicanos se preparam para o seu primeiro debate pós-Superterça, previsto para a noite desta quinta.

    Trump se vê sobre uma pressão cada vez maior de seu partido enquanto tenta obter a maioria dos delegados necessários para conquistar a candidatura.

    Para Romney, a nomeação de Trump na convenção do partido em julho permitiria à democrata Hillary Clinton vencer a Presidência.

    Romney também criticou Hillary, acusando ela e seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), de lucrar pessoalmente com suas posições no poder.

    O senador pelo Arizona, John McCain, que perdeu as eleições para o democrata Barack Obama em 2008, emitiu um comunicado endossando as declarações de Romney.

    PÂNICO

    Líderes republicanos em pânico dizem que ainda têm opções para evitar que Trump conquiste a candidatura, mas não muito boas. Essas opções incluem a contestação da convenção partidária e mesmo a perspectiva de uma candidatura por um terceiro partido.

    Também nesta quinta-feira, dezenas de especialistas conservadores de segurança nacional alertaram que Trump não é qualificado para ser comandante-em-chefe.

    O ex-secretário de segurança Interna Michael Chertoff e mais de outros 70 classificaram como indesculpável a defesa, por Trump, de "um uso expansivo da tortura".

    Eles também rejeitam o que dizem ser a "retórica odiosa e antimuçulmana" de Trump e sua defesa por travar guerras comerciais.

    Apesar do forte desempenho de Trump na terça-feira (1º), ele ainda não está perto de conquistar a candidatura antes da convenção nacional do partido, de acordo com uma contagem de delegados feita pela Associated Press.

    Prévia da Eleição nos EUA

    Ele ganhou 46% dos delegados que estavam em jogo até agora, e teria de aumentar esse percentual para 51% nas próximas primárias.

    Trump tem, até agora, 316 delegados, enquanto os senadores pelo Texas, Ted Cruz, tem 226, e o pela Flórida, Marco Rubio, tem 106. São necessários 1.237 delegados para conseguir a nomeação.

    Estrategistas do partido apontam as primárias de 15 de março como a última oportunidade para parar Trump.

    Uma vitória de Rubio em seu Estado natal, a Flórida, levantaria questões sobre a força de Trump, assim como uma vitória de John Kasich, governador de Ohio.

    O neurocirurgião aposentado Ben Carson indicou na quarta-feira (2) que desistirá da disputa, dizendo que não participaria do debate e afirmando que "não vê um caminho político adiante".

    Disputa pela Casa Branca

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