O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta sexta-feira (24), pela primeira vez no Kremlin, a líder da extrema direita francesa e candidata presidencial Marine Le Pen.
Putin assegurou, no entanto, que a "Rússia não interferirá na eleição", segundo declarações divulgadas pelas agências russas.
"Não queremos, em caso algum, ter qualquer influência em acontecimentos futuros, mas nos reservamos o direito de nos comunicarmos com todos os representantes de todas as forças do país, como fazem nossos parceiros europeus ou os Estados Unidos", declarou o presidente russo.
"É interessante discutir a forma de desenvolver nossas relações bilaterais e a situação na Europa. Sei que a senhora representa um espectro político europeu que evolui muito rápido", acrescentou, dirigindo-se a Le Pen.
É algo excepcional que Putin receba um candidato presidencial em uma data tão próxima da votação –o primeiro turno ocorrerá em 23 de abril, e o desempate em 7 de maio.
Segundo o costume e protocolo, ele deveria receber apenas chefes de Estado de seu escalão ou, ocasionalmente, chefes de Governo com regime parlamentar.
"Sou partidária de desenvolver relações com a Rússia dentro da longa história que une nossos países", afirmou Le Pen no encontro.
Ela lidera as pequisas de intenção de voto para o primeiro turno nas eleições francesas.
Junto a outros líderes europeus de extrema direita, Le Pen defende uma aproximação em relação a Putin não se opõe à anexação pela Rússia da península ucraniana da Crimeia, realizada em 2014.
O encontro entre Putin e Le Pen ocorre em meio a temores da União Europeia de que o governo russo tente interferir em eleições na região em favor de candidatos de extrema direita.
Nos Estados Unidos, os serviços de inteligência acusam o Kremlin de ter ordenado ciberataques durante as eleições presidenciais para beneficiar o republicano Donald Trump. A Rússia nega qualquer interferência.