• Mundo

    Saturday, 24-Aug-2024 17:49:52 -03

    Governo Trump

    Norte-americanos avaliam os primeiros 100 dias do governo Trump

    DA ASSOCIATED PRESS

    27/04/2017 17h00

    São velhos e moços –uma aluna de segundo grau que ainda não tem direito de votar e um veterano da Guerra do Vietnã que o fez com orgulho. Vêm de todos os cantos dos Estados Unidos, e levam vidas muito diferentes –um "caipira" do Kentucky, uma texana cuja família veio do México há três gerações, uma dona de casa da Pensilvânia, uma imigrante iraniana que vive em Los Angeles.

    Alguns se opõem a Donald Trump e a tudo que ele representa, e outros votaram nele entusiasticamente. E agora todos o estão avaliando.

    Ao fim de 100 dias de governo Trump, a agência de notícias Associated Press retomou o contato com pessoas entrevistadas nos últimos meses e as convidou a escrever uma carta ao presidente, avaliando o trabalho dele até agora e imaginando o que os próximos meses trarão.

    Um eleitor de Trump diz que o presidente "não fez todo o esperado" –especialmente quanto ao Obamacare, Lei de Saúde Acessível implementada na administração anterior–, mas se despede mencionando "esperança".

    Um refugiado implora a Trump que "torne os Estados Unidos mais amistosos", mas encontra motivos para otimismo na reação do presidente ao ataque químico na Síria este mês: "espero que isso marque uma mudança".

    Uma crítica de Trump diz que a maior realização dele foi "acordar as pessoas e levá-las a lutar". Ela oferece o seguinte conselho: "Tome decisões com o coração. Isso lhe dará sabedoria".

    Do coração rural dos Estados Unidos, um simpatizante vê esperança na Presidência de Trump

    Alan Halsey, 31, se descreve como um "caipira" de Campton, Kentucky. Ele e a mulher são donos do "Swift Creek Courier", um jornal semanal, e da Halsey's Country Store, "uma pequena empresa que é um pedacinho de 1950 no século 21".

    Ele diz trabalhar sete dias por semana para sustentar a família, mas está enfrentando dificuldades, e se diz cansado da regulamentação e burocracia do governo.

    Halsey escreveu:

    "Eu o apoiei com toda força na eleição de 2016, e cheguei a pendurar um cartaz da sua campanha na porta de minha loja. Gostei especialmente de sua política externa de 'a América em primeiro lugar', e de sua promessa de trazer negócios de volta ao país. Até agora, acredito que você esteja no caminho certo quanto a isso, e percebo um vislumbre de esperança quanto ao futuro da economia norte-americana".

    "Em termos gerais, creio que você talvez tenha ficado um pouco aquém da expectativa em seus primeiros 100 dias de governo, mas não dou importância a um prazo tão curto. Se o senhor servir dois mandatos, 100 dias equivaleriam a 4% de seu tempo de governo. Continuo achando que algo precisa ser feito sobre a Lei de Acesso à Saúde, ainda que eu não saiba exatamente o quê (...) Conheço muitos beneficiários da lei que vão ao médico mais de uma vez semana, enquanto as pessoas que compram planos de saúde pessoais esperam para ir ao médico só quando uma consulta é imperativa para a sobrevivência. Deve haver um meio do caminho nesse cenário".

    Ele se despediu com "esperançosamente".

    Sobrevivente do câncer se preocupa com cortes de verbas propostos por Trump, mas reza por ele

    Rebecca Esparza, 45, é redatora freelancer em Corpus Christi, Texas, e não votou em Trump. Sobrevivente de um câncer, Esparza teme os cortes de verbas na principal instituição de pesquisa médica norte-americana, os Institutos Nacionais de Saúde, e os problemas que isso pode causar aos norte-americanos que enfrentam doenças.

    Esparza escreveu:

    "Não posso dizer que me orgulho de seu trabalho até o momento. Tenho respeito pelo cargo de presidente, mesmo que discorde de suas aspirações políticas (...) eu poderia escrever uma dissertação sobre as muitas maneiras pelas quais discordo de seus ideais políticos. Sou norte-americana de ascendência mexicana, e minha família vive aqui há três gerações. Nasci e me criei no sul do Texas. Seu desdém pelo México, pelos descendentes de mexicanos e pelos imigrantes em geral me incomoda. Seu plano de desmantelar a Lei de Acesso à Saúde, deixando milhões de norte-americanos desprovidos de opções quanto a planos de saúde, me causa angústia.

    "Mas o que mais me perturba é seu plano de reduzir em quase US$ 6 bilhões (R$ 19 bilhões) as verbas dos Institutos Nacionais de Saúde. No dia de ação graças de 2001, aos 30 anos, tive diagnosticado um câncer de ovário (...) Pesquisas sobre o câncer salvaram minha vida (...) Os cortes que o senhor propõe são desconcertantes não só para os sobreviventes do câncer mas para milhões de norte-americanos que sofrem de doenças raras e crônicas".

    "Estou rezando pelo senhor, presidente Trump (...) rezo para que o senhor considere cuidadosamente as consequências de vida e morte que suas decisões poderão ter para muitos trabalhadores norte-americanos".

    Antiga eleitora de Obama sente orgulho pelo trabalho de Trump

    Laverne Jones Gore, 60, é dona de uma empresa de desenvolvimento de lideranças executivas em Cleveland e votou em Trump depois de ter votado em Barack Obama na eleição anterior.

    Gore se define como "uma norte-americana de classe média que por acaso é negra", e diz que se sentia desconfortável ao expressar suas opiniões nos anos Obama, mas que Trump a levou a "voltar a ter orgulho de ser americana".

    Parte de uma família militar –ela é viúva de um fuzileiro naval e um de seus filhos se graduou na Academia Militar de West Point–, a única hesitação de Gore sobre os primeiros 100 dias do governo de Trump é o ataque aéreo que ele ordenou contra a Síria.

    Jones escreveu:

    "Senhor presidente, o senhor absolutamente cumpriu minhas expectativas. Na verdade acredito que o senhor mostrou uma força que eu não acreditava que tivesse, e estou surpresa com sua disposição de encarar sem hesitação os desafios e a resistência dos órgãos de governo. Não acredito que o senhor tenha recebido uma oportunidade de nos mostrar realmente o que a tem a oferecer na forma de liderança para a nossa nação."

    "Não tenho problemas com o senhor com respeito aos 'russos'. Minha opinião pessoal é que a maior parte [dessas acusações] é forçada. Tampouco tenho problemas com o senhor quanto à imigração. Creio que essas questões precisavam ser colocadas sob controle (...) Tenho algumas reservas ao seu uso do Twitter, mas compreendo a dificuldade que o senhor está enfrentando para difundir sua mensagem."

    "Sim, o senhor me surpreendeu com o ataque à Síria e não estou certa de como me sinto sobre outra guerra ou ideia de guerra. Ainda estou contemplando sua ação e observando as respostas que vêm do teatro mundial à medida que este absorve suas intenções".

    "Sua assinatura destroçou minha família"

    Marjan Vayghan, 32, artista e escritora em Los Angeles, não mede palavras em sua avaliação de Trump. Imigrante iraniana que se transferiu aos Estados Unidos com sua família nos anos 1990, Vayghan viu seu tio ser apanhado pelo caos surgido depois que Trump assinou seu primeiro decreto de restrição à entrada de estrangeiros, em janeiro.

    Ali Vayghan foi detido no aeroporto de Los Angeles e colocado em um avião para o Irã, ainda que tenha visto de imigração norte-americano. Ele retornou quase uma semana mais tarde, depois que um juiz federal suspendeu a ordem executiva.

    Vayghan escreveu:

    "Apreciamos a grandeza de nosso país e nossas liberdades, porque fugimos deliberadamente de outros lugares com a esperança de construir uma vida melhor aqui. Passamos por 'verificação rigorosa' e deixamos para trás os nossos entes queridos, pela chance de liberdade e de buscarmos nossos sonhos."

    "Em 27 de janeiro, tudo mudou com uma assinatura sua que fez meu tio desaparecer (...) No dia seguinte, vi meu pai chorar, pela primeira vez na vida. Minha mãe ficou doente. Fiquei me sentindo sozinha, e tive medo. Meus pais começaram a planejar para a possibilidade de que fôssemos todos recolhidos e enviados a campos de internação. Naquele dia, também percebemos que a nossa família não era a única a enfrentar problemas no aeroporto. Incontáveis pessoas apareceram, com palavras de apoio e cantando canções de amor, como 'essa terra foi feita para você e para mim'."

    "Enquanto suas ordens executivas destroçam tanto os imigrantes quanto as pessoas nascidas neste país, espero que a pressão que elas exercem ajude a criar uma união mais forte (...) Uma semana depois de o senhor iniciar sua aventura 'sem presidentes', sua assinatura destroçou minha família. No dia seguinte, fomos amparados pelo amor e pelo apoio do país".

    Bancário da Virgínia quer que Trump "prove que eles estão errados"

    James McDonald, 57, de Tazewell, Virgínia, é eleitor de Trump e acredita que o presidente tenha levado "a integridade e a honra de volta à Casa Branca, ao nosso país, e à maneira pela qual o mundo vê o nosso país".

    Vice-presidente assistente de um banco em uma pequena comunidade mineradora, as prioridades de McDonald incluem reanimar a economia e substituir a Lei de Acesso à Saúde. Ele resume o seu conselho a Trump em três palavras: "Empregos. Empregos. Empregos".

    McDonald escreveu:

    "O fato de que o senhor pensa o que diz e diz o que pensa é aquilo que precisávamos de nosso presidente nos oito anos que passaram. Essa foi uma das poucas eleições nas quais a maneira pela qual votei foi determinada pelo melhor interesse da minha comunidade local. A guerra contra o carvão travada pela administração precedente destruiu a nossa área (...)"

    "Desde sua posse, minha única preocupação é como o senhor lidaria com a revogação e substituição da Lei de Acesso à Saúde. Acho que o senhor tentou abarcar coisas demais e chegou perto de assinar uma lei ruim. Mas apoio os seus esforços continuados para promover essa mudança; no entanto, se o projeto de lei não for bom, não aceite compromissos custosos demais."

    "É claro que manter os Estados Unidos seguros é sua prioridade número um, e logo abaixo disso, em minha opinião, o senhor deveria recriar empregos para os norte-americanos. Uma declaração que me impressionou na convenção republicana foi a de Donald Trump Jr., que disse que 'quando as pessoas dizem que algo não pode ser feito, é aí que ele vai e faz'. As pessoas dizem que o senhor não será capaz de recuperar a grandeza dos Estados Unidos. Prove que elas estão erradas."

    Planejadora financeira aconselha Trump a "ler, escutar, aprender, preparar"

    Brooke Streech, 44, dirige uma uma organização sem fins lucrativos em Phoenix que oferece planejamento e educação financeira a pessoas que não têm como pagar consultores de investimento

    Ela votou em Hillary Clinton porque acreditava que ela fosse "mais qualificada, mais inteligente e se preocupasse mais com as pessoas". Mãe de dois meninos, de 10 e 12 anos, Streech aconselha Trump a "ler. Escutar. Aprender. Preparar-se. Trabalhar com afinco para compreender as questões complexas que o senhor precisa enfrentar".

    Streech escreveu:

    "Sua falta de experiência e inteligência provaram claramente ser um problema, até agora em sua presidência. Poderia ser aceitável assumir o posto, apesar de sua incrível ignorância, se o senhor tivesse se cercado de pessoas inteligentes e talentosas. Infelizmente, o senhor fez o oposto. Seu governo parece ser dirigido com menos eficiência e mais caos do que qualquer outro na história."

    "Eu imploraria que o senhor dedique algum a refletir sobre a forma pela qual obtém suas informações. Procure assessores e porta-vozes inteligentes, bons no que fazem, e que possam discordar do senhor de vez em quando, para criar diálogo, e tome decisões com base em todas as informações disponíveis."

    Refugiado reza que Deus dê sabedoria ao presidente

    Suliman Bandas, 37, é um refugiado do Sudão que não pôde votar na eleição porque, ainda que seja residente legal permanente, não é cidadão dos Estados Unidos.

    Ele ensina inglês a outros imigrantes em Lincoln, Nebraska. O conselho dele a Trump é "tornar os Estados Unidos mais amistosos, bonitos e fortes –cuidando dos outros e defendendo os fracos".

    Bandas escreveu:

    "Cresci no sul do Sudão, que estava envolvido em uma longa guerra civil com o norte. Em 1986, meu tio (...) levou meu pai, professor, e outros civis de helicóptero a áreas que precisavam de assistência. Vi do nosso jardim quando o helicóptero foi abatido (...) Em 2005, fui aceito nos Estados Unidos, um lugar no qual me sinto seguro e ao qual posso chamar de lar."

    "No meu trabalho, ajudo a ensinar refugiados, e a cada dia eles expressam sua preocupação de que este país possa rejeitar os refugiados, nos próximos meses. Eu o ouvi expressar preocupação com o povo sírio e espero que esse seja o momento da mudança. Por favor, senhor presidente, permita que os Estados Unidos continuem a tratar os refugiados da maneira que Deus deseja que sejam tratados. Isso é o que fez dos Estados Unidos o que o país é –forte e diferente de qualquer outro na face da Terra. A Bíblia diz que 'quando um estrangeiro reside entre vocês, não o maltrate. O estrangeiro que reside entre vocês deve ser tratado como nativo de sua terra' (Levítico 19:33-4). Caro senhor presidente, que Deus possa guiá-lo, dar-lhe sabedoria e o espírito da compreensão nesses momentos de grande desafio".

    Vendedor do Kansas voltou a sentir "orgulho americano", por um líder que "acredita em todos nós"

    Rick Yearick, 50, é vendedor de publicidade em um jornal local em Liberal, Kansas. Fervoroso partidário de Trump, ele elogiou o presidente por diversas coisas, entre as quais a demonstração de força por meio de "ação decisiva contra aqueles que agem mal no cenário mundial". Ele diz que o maior fracasso do presidente até agora foi não unir os republicanos em torno dele.

    Yearick escreveu:

    "Continue lutando para proteger os Estados Unidos, com sua proibição à entrada daqueles que querem nos fazer mal, com a construção de uma muralha que garanta uma política de imigração sólida, e ao servir aos norte-americanos, em lugar de tentar ser presidente do planeta."

    "Eu o elogio pela seleção [de Neil Gorsuch juiz da Suprema Corte], pelo compromisso dele para com a constituição, de preferência a um revisionista que a interprete para atender a necessidades políticas. Estou certo de que, se surgir a oportunidade de novas indicações, o senhor fará o mesmo."

    "Voltei a sentir orgulho americano, sabendo que nosso presidente acredita em todos nós. Nos últimos anos, eu não conseguia aceitar a direção em que estávamos nos encaminhando, porque estávamos divididos e lutávamos uns contra os outros. Agora, estamos nos unindo em torno do homem comum, sob a liderança de um presidente que honra a todos nós."

    "Por sorte, não preciso combatê-lo sozinha"

    Kate Young, 43, é dona de casa em West Chester, Pensilvânia, e diz que não conseguiu se manter inerte depois da eleição de Trump. Por isso, ela e vizinhos começaram a realizar manifestações a cada semana para lutar em defesa da Lei do Acesso à Saúde, que ajudou sua família quando o marido de Young perdeu o emprego.

    Young escreveu:

    "Quando o senhor venceu a eleição, me preocupei que colocaria os interesses de negócios acima do meio ambiente, e que o senhor envolveria os Estados Unidos em uma guerra, possivelmente nuclear. Hoje, muito mais cedo do que eu temia, essas duas terríveis previsões estão confirmadas. O Congresso reduziu a proteção ao meio ambiente (...) o senhor bombardeou a Síria e, no momento em que estou escrevendo esta carta, os telejornais informam que acaba de lançar a 'mãe de todas as bombas' no Afeganistão. Por favor não use armas nucleares!"

    "A cada sexta-feira, desde 20 de janeiro [a data da posse de Trump], me manifesto com vizinhos diante do escritório do deputado Ryan Costello. Lutamos para proteger a Lei de Acesso à Saúde. O filho de Claire precisa dela para enfrentar um diabetes tipo 1. Lisa precisa dela para cobrir seu tratamento pré-natal e o parto de um bebê saudável, depois que o marido a abandonou, grávida de 10 semanas e sem plano de saúde. As crianças atendidas pelo Dr. Jack precisam da Lei de Acesso à Saúde para cobrir o custo de tratamentos essenciais à sobrevivência, e para eliminar os limites de cobertura que de outra forma elas poderiam exceder antes mesmo de terem alta."

    "Por sorte, não preciso combatê-lo sozinha. A maioria dos norte-americanos não votou no senhor. Jamais deixaremos de responsabilizá-lo por cada infração das leis, valores ou normas dos Estados Unidos."

    Agente de seguros diz que amor de Trump pelo país é "refrescantemente óbvio"

    Carolee Upshur, 60, agente de seguros em Cleveland Heights, Ohio, diz ter votado em Trump porque ela parecia o único candidato "com firmeza suficiente para resistir aos ataques que viriam como resultado de qualquer tentativa de 'drenar o pântano'". Ela o encoraja a "por favor ir adiante com a construção do muro na fronteira, e não aceitar compromissos com a liderança republicana". Algum fracasso? "O Obamacare. Ele foi eleito para se livrar do Obamacare".

    Upshur escreveu:

    "Fico completamente admirada com sua capacidade de realizar qualquer coisa no ambiente que existe em Washington (...) O senhor entrou firme na luta, e está determinado a fazer tudo que prometeu na campanha."

    "Aplaudo sua decisão de restringir a imigração ilegal e construir a muralha, e continuo frustrada pelas tentativas dos progressistas de usar o sistema judicial a fim de tentar bloquear suas tentativas de cumprir seu dever como presidente (...) Fiquei maravilhada com a maneira decisiva com a qual o senhor agiu na Síria e Afeganistão, o que enviou ao mundo uma forte mensagem de que 'há um novo xerife na cidade'. É maravilhoso ter um 'homem de verdade' comandando o país, de uma posição baseada no amor à pátria e na paz pela força."

    "Por favor saiba que continuarei a rezar pelo senhor todos os dias, para que Deus mantenha sua família unida e proteja a todos vocês."

    Adolescente de Los Angeles: o foco deveria ser ajudar as pessoas e não ganhar dinheiro

    Amellia Sones, 15, é aluna de segundo grau em Los Angeles e decidiu ajudar a organizar um protesto contra Trump depois da eleição dele. Sones diz em sua carta que, embora não tenha idade para votar, tem opiniões sobre o trabalho de Trump.

    Ela se preocupa, por exemplo, que a geração mais jovem esteja vendo seu "comportamento inapropriado e rude" e que venha a concluir que isso é aceitável.

    Sones escreveu:

    "Uma coisa importante da qual não gosto é a proibição de entrada de imigrantes nos Estados Unidos. Eu sei que o senhor está tentando impedir a entrada de terroristas no país, mas não acredito que proibir a entrada de imigrantes de certos países seja uma maneira efetiva de fazê-lo. E, afinal, os Estados Unidos são chamados de cadinho de muitas nações."

    "Seu maior fracasso (e eles já foram tantos) é NÃO fazer um esforço para unir o país. Para mim, isso é parte importante do trabalho de um presidente. (...) Só peço que o senhor comece a prestar atenção ao modo como fala e que tente ouvir o que as pessoas estão pedindo. Pare de discutir com celebridades no Twitter e se comporte como um verdadeiro presidente."

    Ex-democrata diz que Trump é a "última chance de recuperar o país".

    Ed Harry, 70, de Plymouth, Pensilvânia, é dirigente sindical aposentado e ex-ativista do Partido Democrata, mas se tornou eleitor de Trump. Veterano da guerra do Vietnã, ele recorda ter recebido cusparadas e acusado de ser um matador de bebê ao voltar da guerra.

    Harry encoraja Trump a "evitar qualquer guerra". O maior fracasso do presidente, segundo ele, é "não manter a casa em ordem; toda aquela balbúrdia do pessoal da Casa Branca".

    Harry escreveu:

    "Ri quando disseram que o senhor disputaria a presidência. Não achei que tivesse chance. À medida que a campanha avançava, descobri que os democratas, republicanos (...) China, Índia, México, todos se opunham ao senhor. Naquele momento eu sabia que tinha encontrado meu candidato."

    "Considerando toda a oposição contra o senhor, acho que merece uma nota C+. O senhor realizou muito. A indicação de Neil Gorsuch. A revogação das ordens executivas de Obama. O MURO ou pelo menos algum controle da imigração que eu gostaria de ver ainda este ano. Por fim, acima de tudo, NÃO permita que os neoconservadores ou os dois partidos políticos corrompam seu governo. Acredito, na verdade, que VOCÊ seja NOSSA melhor chance de recuperar NOSSO PAÍS!!!!"

    "Tome decisões com o coração. Isso lhe dará sabedoria"

    Susan McClain, 52, trabalha em atendimento ao consumidor em uma empresa de tecnologia de Aurora, Colorado. Ela votou em Hillary Clinton e diz que a melhor coisa da presidência de Trump até o momento foi "despertar o público para lutar (...) defender as vidas, valores e aspirações norte-americanos".

    Ainda assim, ela tem um conselho para o presidente, no restante de seu mandato: "Tome decisões com o coração. Isso lhe dará sabedoria".

    McClain escreveu:

    "O senhor está se saindo como eu esperava, até agora? Infelizmente sim. Seus primeiros 100 dias como presidente foram trágicos para os Estados Unidos e para o planeta. (...) Ainda assim, eu gostaria de agradecê-lo. Seu ataque a todos os valores norte-americanos nos fez compreender de maneira mais profunda aquilo que amamos e acalentamos. E nós despertamos.

    No senhor, vemos que riqueza não é sucesso.

    No senhor, vemos que o ego descontrolado é perigoso.

    No senhor, vemos o imenso poder das palavras.

    No senhor, vemos que vencer deve incluir todos nós, não apenas os ricos e poderosos".

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024