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    Influência de Diana resiste a duas décadas

    TETÉ RIBEIRO
    EDITORA DA "SERAFINA"

    31/08/2017 02h00

    Kirsty Wigglesworth/Associated Press
    Os príncipes William (esq.) e Harry no memorial em homenagem à mãe, Diana, em Londres
    Os príncipes William (esq.) e Harry no memorial em homenagem à mãe, Diana, em Londres

    Faz 20 anos que o Mercedes preto que levava Diana e Dodi al-Fayed do hotel Ritz, em Paris, onde estavam hospedados, até o apartamento dele na rua Arsène-Houssaye bateu no 13º pilar do túnel Alma a 140km/h.

    Os dois morreram por causa do acidente, assim como o motorista, Henri Paul. O único sobrevivente foi o segurança Trevor Rees-Jones, que ficou vários meses em coma. Paul, que fugia dos paparazzi que perseguiam o casal, já tinha bebido algumas doses de uísque, tomado um antidepressivo e um remédio contra o alcoolismo antes desse último trajeto.

    O casal foi e voltou do hotel para o apartamento antes naquela mesma noite, e Dodi planejava alguma coisa especial para Diana. No Ritz, ficaram um poema escrito por ele e gravado em uma placa de prata e um anel com os dizeres "Tell me yes" ("Diga sim"), colocado embaixo do travesseiro dela na suíte imperial que eles ocupavam. Diana não chegou a ver nenhum dos dois.

    Tinha sido um romance de verão testemunhado por todas as revistas e jornais de fofoca do mundo, já que era o primeiro em que nenhum dos dois tinha algo a esconder.

    O namoro começou em um cruzeiro pelo Mediterrâneo no iate do pai de Dodi, Mohamed al-Fayed, com os filhos dela, William e Harry, a bordo. Lady Di já tinha tido outros namorados, entre eles um que parece ter sido o grande amor da sua vida, o médico muçulmano Hasnat Khan, por quem ela considerou trocar de religião —o que não foi preciso, pois a família dele não a aceitou.

    Diana era a mulher mais famosa do mundo já fazia 17 anos. Quando surgiu, com sua suposta história de Cinderela —uma professora de crianças que conquistou o herdeiro do trono— que não podia ser mais falsa, despertou a curiosidade do mundo em relação à família real britânica.

    Até então, a realeza do Reino Unido parecia ultrapassada, anacrônica, cafona até, com tanta pompa e nenhuma pimenta aparente. Celebridades eram as estrelas de cinema, essas, sim, lindas, ricas e malcomportadas.

    O que faz Diana ser relevante até hoje é que ela pode ter sido a primeira grande celebridade a quem a privacidade foi negada. Todos os seus movimentos eram seguidos de perto pelos tabloides ingleses, na época mais entrões que a média da mídia do resto do mundo.

    Hoje, a privacidade virou moeda de troca das celebridades, que lutam com a arma da superexposição, principalmente por meio das redes sociais, contra o medo de deixar de ser alguém.

    A história de Diana não era nada do que parecia. Ela era uma aristocrata, filha do oitavo conde Spencer, de família riquíssima. Decadente, mas ainda com muito dinheiro. Conhecia o príncipe Charles desde os 13 anos, quando sua irmã mais velha, Sarah, foi namorada dele e ela ainda era uma garota gordinha e desajeitada.

    Mas se ajeitou na adolescência e se guardou, sem ter namorado ninguém, porque queria se casar com alguém especial. Contou ao pai que sabia que seu destino era ser um foco de atenção.

    Além de linda e muito jovem —tinha 19 anos quando se casou—, perdeu um monte de peso assim que o noivado foi anunciado, gerando boatos de que estava sofrendo muita pressão da rainha. Na verdade, tinha bulimia, que a fazia comer furiosamente e em seguida vomitar.

    Logo depois do casamento, ficou grávida. Na gravidez, caiu de uma escada e assustou todo mundo. Depois, contou que tinha sido uma tentativa de suicídio provocada por ciúmes do marido, que tinha um longo romance com Camilla Parker-Bowles, sua mulher atual.

    Dois anos depois, teve outro filho, Harry, o que decepcionou o príncipe Charles, que torcia por uma menina. Além de tudo, era ruivo, herança dos Spencer, família de Diana. Mas o grande escândalo que provocou em vida foi sua separação, anunciada pela rainha Elizabeth 2ª, e seu divórcio, quatro anos depois, em 1995, também sugerido pela rainha, depois de uma das únicas entrevistas que a princesa deu na vida, ao jornalista Martin Bashir.

    Sua morte, aos 36 anos, e a reação fria e tardia da família real britânica, foi sua última manchete.

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    Editoria de Arte/Folhapress

    Rainha Elizabeth 2ª
    Tornou-se a regente mais longeva da monarquia britânica em 2017, com 65 anos de reinado. Segundo William e Harry, a avó assumiu o papel de mãe após a morte de Diana

    Philip, duque de Edimburgo
    Vinha reduzindo suas aparições oficiais desde 2011, quando completou 90 anos. No início de agosto deste ano, anunciou sua aposentadoria

    Camilla, duquesa da Cornualha
    Após casar-se com Charles em 2005, evitou adotar o título de "princesa de Gales" por estar associado à memória de Diana

    Príncipe Charles
    Casou-se com Camilla Bowles, com quem já se relacionava à época do divórcio. Como herdeiro do trono, tem gradualmente assumido a agenda oficial de sua mãe

    Diana, princesa de Gales
    (29.jul.1981 - 31.ago.1997)

    Conde Charles Spencer
    Irmão de Diana, também homenageou-a nomeando sua quinta filha de Charlotte Diana. Reformou o túmulo da irmã neste ano

    Príncipe Harry
    Afirmou ter vivido um "caos" aos 12 anos, quando Diana morreu. Participou de duas missões no Afeganistão durante seus 10 anos no Exército

    Príncipe William
    Tinha 15 anos quando a mãe morreu. Em julho, deixou seu emprego como piloto de ambulância-helicóptero para se dedicar à agenda real

    Catherine, duquesa de Cambridge
    Casou-se com o Príncipe William em 2011. O casal homenageou Diana nomeando sua filha de Charlotte Elizabeth Diana

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