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    Coreia do Norte

    Coreia do Norte teria mísseis capazes de derrubar aviões em raio de 150 km

    IGOR GIELOW
    DE SÃO PAULO

    26/09/2017 02h00

    Peter Reft/AFP
    Bombardeiro B-1B é reabastecido perto da costa da Coreia do Norte
    Bombardeiro B-1B é reabastecido perto da costa da Coreia do Norte

    Dois dias depois de os EUA terem operado bombardeiros no ponto mais próximo da costa norte-coreana neste século, Pyongyang anunciou que poderá derrubar aviões hostis mesmo que estejam fora de seu espaço aéreo.

    "Todo o mundo deve lembrar claramente que foram os EUA que primeiro declararam guerra contra o nosso país", disse o chanceler Ri Yong-ho, citando tuítes agressivos do presidente Donald Trump contra o regime do ditador comunista Kim Jong-un.

    Washington chamou a acusação de "absurda". "Nós não declaramos guerra à Coreia do Norte", disse Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca. O chanceler norte-coreano está nos EUA para a Assembleia-Geral da ONU.

    O sobrevoo de bombardeiros B-1B Lancer, oriundos da ilha americana de Guam, ocorreu no sábado (23), com escolta de caças americanos F-15 baseados no Japão.

    O local exato da ação não foi divulgado, mas os EUA dizem que ocorreram em espaço aéreo internacional. "Nós temos o direito de voar, navegar e operar em todos os lugares onde é legalmente permitido", disse o porta-voz do Pentágono, Robert Manning.

    DEFESA AÉREA

    O conceito é algo vago. Cerca de 20 países do mundo delimitam Zonas de Identificação de Defesa Aérea fora de suas fronteiras. Ali, o país se reserva o direito de agir contra aviões que considere hostis, mas isso não é regido por convenções internacionais.

    A Coreia do Norte tem uma, mas seus limites são incertos. Ela fica espremida entre as zonas oficiais japonesa, que corre entre 200 km e 300 km da costa norte-coreana, e a sul-coreana, que é uma linha horizontal acompanhando a fronteira mar adentro.

    A zona não deve ser confundida com a FIR (Região de Informação de Voo, na sigla inglesa) de Pyongyang, maior e de formato mais irregular.

    Nesta, o regime controla o tráfego aéreo civil, em acordo com normas internacionais, mas a maioria das empresas aéreas a evitam por causa de eventuais mísseis.

    Os EUA podem considerar espaço aéreo internacional qualquer coisa que não esteja sobre o território da Coreia do Norte. Neste caso, a ameaça dos norte-coreanos pode ser levada a sério.

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    Embora detenha uma constelação de antigos mísseis de defesa antiaérea de desenho soviético e chinês, nos últimos sete anos Kim tem desenvolvido localmente o modelo Pongae-5, ou KN-06.

    Ele é uma versão nacionalizada do venerando S-300 russo, que talvez não tenha as capacidades dos mais modernos modelos de Moscou, mas que poderia fazer um estrago sensível num raio de aproximadamente 150 km.

    Tudo depende do tipo de míssil a ser usado no lançador, que é móvel e mais difícil de ser localizado para um ataque preventivo. Não se sabe quantas unidades estão à disposição do país.

    O Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, de Londres, conta 38 unidades do lançador soviético S-200, com alcance de até 180 km, mas com tecnologia dos anos 1960.

    Para a defesa sobre o território, a situação norte-coreana não é melhor: são 180 S-75, mais 133 S-125 e vários modelos de lançamento portátil. Há cerca de 11 mil peças de artilharia antiaérea, de baixa eficácia.

    Editoria de Arte/Folhapress

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