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    Governo Trump

    Ex-conselheiro de Trump admite que mentiu sobre contato com russos

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE WASHINGTON

    01/12/2017 13h24

    Evan Vucci-12.jan.17/Associated Press
    National Security Adviser-designate Michael Flynn walks in the lobby of Trump Tower in New York, Thursday, Jan. 12, 2017. (AP Photo/Evan Vucci)
    Michael Flynn, então indicado para ser assessor de segurança nacional de Trump, em Nova York em janeiro

    O ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo Trump, Michael Flynn, firmou um acordo com o FBI nesta sexta (1) e admitiu que mentiu sobre um contato com o embaixador russo, em dezembro do ano passado -em um desdobramento importante das investigações sobre as relações entre a administração de Donald Trump e o Kremlin.

    Flynn foi indiciado por falso testemunho na noite desta quinta (30), por ter mentido ao FBI que não falara com Sergei Kislyak, embaixador da Rússia, ainda antes de Donald Trump assumir a presidência, em dezembro do ano passado. Na ocasião, ele teria solicitado a Kislyak que evitasse responder às sanções propostas pelo então presidente Barack Obama contra a Rússia, naquele mesmo dia.

    Em resposta ao contato de Flynn, o embaixador afirmou que iria moderar a reação russa. O ex-conselheiro pediu demissão do governo depois da revelação da conversa, em fevereiro deste ano.

    Em nota nesta sexta (1), Flynn afirmou que tomou a decisão de cooperar "pelo melhor interesse da sua família e do seu país" e que assume a "total responsabilidade" por suas ações.

    Ele negou que tenha "traído" o país, mas reconheceu que cometeu erros. "Pela minha fé em Deus, estou trabalhando para corrigir as coisas", afirmou o ex-conselheiro.

    REPERCUSSÃO

    A investigação contra Flynn está sob o comando de Robert Mueller, procurador especial do FBI, que apura as relações do Kremlin com os EUA -e sua eventual influência na administração de Trump e nas eleições americanas.

    Mueller já indiciou o ex-diretor de campanha de Trump, Paul Manafort, por lavagem de dinheiro e fraude tributária em serviços prestados ao ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovitch. Seus vínculos com os russos, porém, também estão sob investigação.

    Existe a expectativa de que, com o acordo, Flynn faça novas revelações ao FBI sobre as relações entre o governo Trump e os russos. Na semana passada, seus advogados informaram à Casa Branca que não poderiam mais compartilhar informações com a equipe de advogados do presidente.

    A Casa Branca procurou minimizar a notícia: em nota, informou que Flynn trabalhou "por 25 dias" no governo Trump e que antes foi servidor da administração de Obama.

    "Nada neste acordo ou no indiciamento compromete outra pessoa além de Michael Flynn", afirmou o advogado da Casa Branca Ty Cobb. A conclusão desta fase do processo, segundo ele, demonstra que a investigação de Mueller caminha para "uma conclusão rápida e razoável".

    Flynn é o primeiro membro do alto escalão da administração Trump que é indiciado na investigação de Mueller.

    O presidente tem negado veementemente que tenha havido conluio entre sua campanha e os russos.

    Editoria de Arte/Folhapress
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