A Universidade de São Paulo é uma universidade de pesquisa, formando profissionais que contribuem para o desenvolvimento da sociedade. Como tal, é muito grande, com mais de 80 mil alunos (um terço de pós-graduação stricto sensu) e quase 6.000 docentes, espalhados em oito cidades do Estado.

Outra característica é sua abrangência, atuando em todas as áreas do conhecimento, sem distinção ou priorização. Levando-se em conta que a instituição universitária tem mais de um milênio de existência no Ocidente, a USP, estabelecida em 1934, é muito nova, mesmo considerando suas origens, na Faculdade de Direito, em 1827.

O desafio é manter a qualidade em uma instituição dessa grandeza, multidisciplinar, multicampi, heterogênea e descentralizada. Esse foi o compromisso que assumimos, o novo vice-reitor, professor Antonio Carlos Hernandes, e eu.

Sabemos que nossa tarefa terá de ser cumprida em condições orçamentárias restritas. Apesar de o risco financeiro ter sido afastado —com a adoção de medidas austeras nos últimos quatro anos—, de a USP ter conseguido honrar suas responsabilidades e de não ter dívidas, a situação financeira continuará merecendo nosso cuidado.

Os dois eixos principais de nossa gestão são buscar cada vez mais a excelência da instituição e torná-la ainda mais inserida na sociedade que a mantém.

Novas ações para a valorização dos recursos humanos serão implementadas já no início do próximo ano. Nesse quesito, consideramos também nossos alunos de graduação e de pós-graduação, que representam mais de 80% da comunidade universitária.

A universidade, pela sua gênese e história, sempre teve a responsabilidade de estimular a excelência na vida acadêmica brasileira, priorizando o ensino em um espaço de pesquisa científica, tecnológica, artística e cultural.

A USP tem o dever de continuar sendo uma referência nacional e internacional e a responsabilidade de fortalecer o sistema de ensino superior no país. Temos que oferecer condições de ensino e pesquisa equivalentes às melhores do mundo, atendendo às necessidades de nosso país.

Para a busca incessante de padrões mais elevados da qualidade, as ferramentas são as já empregadas: a internacionalização, entendendo-se como a criação de um ambiente internacional de ensino e pesquisa nos nossos campi; a interdisciplinaridade, incentivando a maior flexibilidade das atividades-fim; a inovação, buscando incitar e premiar a criatividade de alunos e docentes; a avaliação, inclusive institucional, tomando como elemento central os projetos acadêmicos das unidades para a proposição de ações claras, visando ao aprimoramento da excelência e ao estabelecimento de metas viáveis, e respeitando a diversidade das áreas e seus indicadores de qualidade.

A interação com a sociedade já se desenvolve, de forma pontual, em três vertentes distintas e complementares. Propõe-se, assim, generalizá-la para toda a universidade, com incentivo da administração central. A primeira vertente é a inserção de nossos alunos na realidade social, permitindo que interajam, durante sua formação, com as necessidades e anseios da população.

A segunda é institucional: a USP contribuindo diretamente para o desenvolvimento social. A universidade tem atuado intensamente nesse aspecto, por meio de seus docentes, em todas as esferas governamentais, mas não de forma sistemática e institucional. Por fim, temos a transferência de conhecimento gerado ou acumulado na instituição, por meio de cursos de extensão, assessorias e outros meios.

O objetivo de nossa gestão é buscar e garantir a qualidade que sua comunidade almeja e a sociedade necessita, traduzindo-se numa USP mais diversa, inclusiva, interdisciplinar, internacional e comprometida com sua inserção social.

VAHAN AGOPYAN é professor titular da Escola Politécnica, vice-reitor da USP e reitor eleito e nomeado para a gestão 2018-2022

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