O relatório da CPI das Milícias foi aprovado nesta terça-feira por unanimidade no plenário da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Os 56 deputados presentes votaram a favor do documento, que indicia pessoas acusadas de terem relação com grupos paramilitares que atuam em comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Um destaque apresentado pelo deputado Dica (PMDB), no entanto, foi aprovado por 38 votos a 14 e retirou o nome do vereador de Duque de Caxias, Chiquinho Grandão (PTB). Com isso, foram encaminhados ao Ministério Público o nome de 225 pessoas.

O relatório tem, entre os citados, políticos como o vereador Jerominho (PMDB) e o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, irmão de Jerominho. Eles são acusados de chefiar a Liga da Justiça, principal milícia do Rio, segundo a Polícia Civil.

A filha de Jerominho, a vereadora eleita Carminha Jerominho (PT do B), também foi citada, assim como o vereador eleito Cristiano Girão Matias (PMN).

Os outros políticos apontados como suspeitos são os vereadores Nadinho de Rio das Pedras (DEM), André Ferreira da Silva (PR), o Deco, e Geiso do Castelo (PDT), de São Gonçalo.

Na manhã deste terça-feira, o presidente da CPI, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) apresentou o documento na Câmara dos Vereadores do Rio, onde foi sugerida a criação de uma comissão mista de segurança pública com a Assembléia para levar adiante as questões sobre a atuação das milícias.

Citado no relatório, o vereador o Deco alegou não ser ligado a milícias e, muito exaltado, disse que daria um "soco na testa" de Marcelo Freixo. O deputado preferiu minimizar o ato de Deco. "Só vou discutir com quem tem nível", afirmou.

A Assembléia manteve ainda a proposta contida no relatório que prevê o fim do porte de arma para os bombeiros do Rio de Janeiro. A sugestão será levada ao Congresso Nacional por Freixo, que estará em Brasília amanhã.