A Operação Satiagraha, da Polícia Federal, deflagrada no dia 8 de julho de 2008, investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Além de Dantas, foram presos durante a operação o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, entre outras pessoas. Todos foram soltos depois.
Segundo a PF, as investigações começaram com o desdobramento das apurações feitas a partir de documentos relacionados com o caso mensalão. A partir de documentos enviados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 6ª Vara Criminal Federal.
Na apuração foram identificadas pessoas e empresas supostamente beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos.
Com base nas informações e em documentos colhidos em outras investigações da Polícia Federal, os policiais apuraram a existência de uma organização criminosa, supostamente comandada por Daniel Dantas, envolvida com a prática de diversos crimes.
Para a prática dos delitos, o grupo teria possuído empresas de fachada. As investigações ainda teriam descoberto que havia uma segunda organização, formada por empresários e doleiros que supostamente atuavam no mercado financeiro para lavagem de dinheiro. O segundo grupo seria comandado pelo investidor Naji Nahas.
Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas principalmente no recebimento de informações privilegiadas, a organização teria atuado no mercado paralelo de moedas estrangeiras. Há indícios, inclusive, do recebimento de informações privilegiadas sobre a taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano).
O delegado Protógenes Queiroz, que liderou a primeira fase da Operação Satiagraha, foi afastado das investigações após supostos excessos cometidos durante a investigação. Ele é alvo de inquérito da PF. O delegado Amaro Vieira Ferreira investiga o vazamento de informações da Satiagraha e a suposta participação de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas investigações.
Já o delegado Ricardo Saadi passou a comandar as investigações da Satiagraha após o afastamento de Protógenes.