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    Nova testemunha afirma que ex-deputado amazonense planejou morte de juíza

    KÁTIA BRASIL
    da Agência Folha, em Manaus

    18/05/2010 19h36

    Uma nova testemunha de acusação contra o ex-deputado estadual e apresentador de TV Wallace Souza, acusado de encomendar mortes para exibir em seu programa de televisão, afirmou à Justiça do Amazonas que presenciou uma reunião em que Souza planejou a morte de uma juíza federal.

    A testemunha é a jornalista Gisele Vaz, que trabalhou por seis anos como repórter do programa de televisão chamado "Canal Livre", comandado por Souza. Segundo ela, para aumentar a audiência o ex-deputado forjava apreensão de drogas e determinava prisões e tortura de pessoas inocentes.

    Ontem, o Ministério Público Estadual anunciou que a jornalista está sob proteção do Provita (Programa de Proteção a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas). Após prestar depoimento no dia 11, ela recebeu ameaças e foi seguida.

    Vaz é a chefe de relações institucionais da Defesa Civil Municipal. Agora, será enviada para uma cidade onde terá moradia, alimentação e segurança garantidas pelo programa, segundo o MP.

    Ao MP, Gisele Vaz, 34, e mãe de dois filhos, disse que um bilhete foi colocado em sua casa com a seguinte ameaça: "Já que você não voltou atrás, aguarde...".

    O depoimento de Vaz irá subsidiar a investigação da Justiça Federal em que Wallace Souza é supostamente acusado de mentor do plano para matar a juíza federal Jaíza Fraxe.

    A juíza virou alvo do grupo por sua atuação na Operação Centurião, que investigou fraudes na Previdência e prendeu em 2005 o coronel da PM Felipe Arce. Ele está preso e é apontado como o segundo homem na hierarquia do grupo do ex-deputado.

    Devido à investigação, Souza foi preso em março. Está sob custódia da Polícia Federal no Hospital Bandeirantes, em São Paulo, internado para tratamento de uma doença no fígado.

    O ex-deputado é também réu no Tribunal de Justiça do Amazonas por suspeita de formação de quadrilha, corrupção de testemunha, associação para o tráfico e porte ilegal de armas.

    Em nota, a família de Souza nega envolvimento nas ameaças contra Gisele Vaz. "Nossa família repudia esse tipo de atitude e deixa claro que não é responsável por esse ou qualquer outro ato dessa natureza".

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