Sob pressão e depois de relutar, o ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) finalmente exibe, desde sexta-feira, pronunciamento do presidenciável José Serra na sua propaganda ao Senado.

A aparição, um mês depois do início da propaganda, atende a um pedido de Serra e é uma tentativa de aplacar a turbulência que se arrasta há dez dias, quando um fez queixas do outro ao partido.

Serra reclama da falta de empenho de Aécio, que, por sua vez, atribui ao "entorno" do presidenciável rumores que lançam dúvidas sobre sua lealdade ao partido.

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O mal-estar pode ser mensurado pela agenda de Serra. O candidato --que fixara como estratégica duas visitas semanais a Minas-- não pisa no Estado há 15 dias.

Ele deverá quebrar o jejum na sexta-feira em Diamantina, a convite de Aécio.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), desembarca hoje em Minas, num momento em que tucanos começam a admitir o risco de derrota no primeiro turno.

No dia 9, Serra pediu a Aécio espaço em seu programa. Mas sua primeira aparição aconteceu oito dias depois, na sexta-feira, e se repetiu ontem. Deverá se estender por mais três programas.

Na fala, de 45 segundos, Serra promete "honrar compromissos" com Anastasia e Aécio. Ele não pede voto em Aécio, embora o programa seja para o Senado.

Uma das justificativas de Aécio para a demora em exibir Serra foi que poderia atrapalhar a candidatura de Antonio Anastasia. Argumentou que o adversário Hélio Costa (PMDB) tenta contrapor Serra a Lula, associando o governador ao tucano.

Outra razão da hesitação é a amplitude da coligação. Ontem, a Folha mostrou que 1 milhão de "colas" eleitorais distribuídas no Estado não indicam o voto em Serra.

O PSDB informou que as "colas" são para candidatos a deputado que apoiam tanto Serra quanto Dilma. Anastasia se esquivou de dizer se terá Serra em seu programa.

	Editoria de Arte/Folhapress