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    Em Diamantina, Serra se senta na cama de JK e cita ex-presidente para criticar Lula

    PAULO PEIXOTO
    ENVIADO ESPECIAL A DIAMANTINA (MG)

    24/09/2010 18h16

    Em campanha nesta sexta-feira em Diamantina, cidade de Juscelino Kubitschek, o candidato a presidente José Serra (PSDB) se sentou na cama em que o ex-presidente dormiu quando adolescente, repetiu a pose de JK no quadro sobre o móvel em que aparece sentado na mesma cama, já adulto, e ainda o citou para criticar o presidente Lula.

    Dizendo que JK foi "referência dos estadistas brasileiros", Serra afirmou, alfinetando Lula: "É um homem que governou o Brasil com competência, generosidade, com tolerância. Nunca tratou adversário como inimigo".

    Ao lado do ex-governador tucano de Minas Aécio Neves, do governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, e de Itamar Franco (PPS), candidato ao Senado, Serra disse estar emocionado por fazer campanha em Diamantina. Recebeu apoio da família do ex-presidente.

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    Disse que, se eleito, vai se inspirar no governo de JK, que "somou o Brasil". E mais uma vez criticou o governo do PT.

    "É um exemplo daquilo que eu quero fazer. Quero ser um presidente de todos os brasileiros, de todos os Estados, sem caracterização partidária. Na Presidência, não vou governar para partidos."

    A "generosidade, tolerância e determinação para criar uma economia forte" são, segundo Serra, exemplos do que pretende fazer. Pregou a expansão do emprego, distribuição de renda e proteção aos desamparados. "Essa é a lição que tenho aqui do JK", disse Serra.

    Serra disse que não pretende mudar o rumo da sua campanha nessa reta final e deixou claro e reforçou o que tem feito nos últimos dias: a promessa de elevar mais o salário mínimo para R$ 600 e aumentar as aposentadorias do INSS em mais 10%.

    Ao visitar a Casa de Juscelino no centro histórico da cidade tombada pelo Patrimônio Mundial da Humanidade, Serra sentou-se na cama e ouviu Serafim Jardim, presidente do museu do ex-presidente, ler uma carta de Maria Estela, a única filha viva de JK, na qual ela empenha o apoio da família Kubitschek a Serra, a Aécio e a Anastasia.

    "A família Kubitschek está unida e trabalhando para que José Serra seja eleito presidente em 3 de outubro."

    Prosseguiu: "(...) Sei que os diamantinenses vão unir-se à família Kubitschek nessa batalha, pois foi daí que saiu um dia um jovem pobre, para batalhar nos estudos, formar-se e culminar sua carreira como presidente".

    Maria Estela alegou motivos de saúde na família para não acompanhar a visita de Serra à cidade e ao museu na casa em que JK viveu até os 16 anos, quando foi para Belo Horizonte por ter sido aprovado em concurso para os Correios e Telégrafos.

    Indagado sobre Lula também sempre reverenciar o ex-presidente, Serra disse: "Eu não vou fazer juízo sobre as devidas ou indevidas citações do Lula. As pessoas podem julgar. Eu nunca vi o Juscelino na campanha atacando pessoalmente adversários. Esse era um exemplo de conduta boa de um presidente da República".

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