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    Em Orlândia (SP), deputado eleito comanda central que contra-ataca boatos anti-Dilma

    ARARIPE CASTILHO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    29/10/2010 18h28

    De uma base na pequena Orlândia, na região de Ribeirão Preto, saem e-mails de "contra-ataque" aos rumores de fundo religioso que circulam na internet sobre a candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) e seu vice Michel Temer (PMDB).

    A CID (Central de Inteligência Digital) foi montada e assim batizada pelo cantor, apresentador e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC).

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    Ele, que se autodefine "uma espécie de padre Marcelo Rossi" e "popstar" do meio evangélico, foi eleito deputado federal com a maior votação da coligação PSC/PHS --211.855 votos-- e é apoiador declarado da petista, apesar de seu partido estar fechado com José Serra (PSDB) no Estado de São Paulo.

    "A Dilma e o Temer foram muito atingidos durante a campanha com mentiras disparadas na internet. Então, começamos a mandar e-mails com a verdade."

    Segundo Feliciano, cerca de 10 milhões de correspondências eletrônicas foram disparadas em menos de uma semana pela central que foi "inaugurada" no último sábado.

    "Como sou muito conhecido dos evangélicos, os e-mails têm o meu nome e são direcionados ao povo religioso", disse. Sete pessoas trabalham na CID e, de acordo com o pastor, fazem o rastreamento diário de tudo o que é divulgado na internet e que pode influenciar negativamente os evangélicos.

    "O Temer foi chamado de satanista e a Dilma acusada de ser deliberadamente a favor do aborto e da prática do homossexualismo." O pastor disse que, pela dificuldade de encontrar a origem das mensagens anti-Dilma, não sabe qual é o envolvimento da campanha de Serra na disseminação do conteúdo.

    "Só posso afirmar que o único beneficiado com isso é o outro candidato."

    Ex-usuário de drogas, Feliciano fundou o ministério Tempo de Avivamento em 1996, tem CDs e DVDs lançados em todo país e, aos domingos de manhã, apresenta um programa na Rede TV!.

    REDE

    Sua página oficial na internet conta 12,4 milhões de visitas e o cadastro de internautas do site também é usado para espalhar as mensagens pró-Dilma.

    O pastor afirmou que decidiu apoiar a petista porque fez com ela um "acordo de cavalheiros" em que a petista se comprometeu a não deixar prosperar leis contra a liberdade religiosa.

    Na web também é fácil encontrar informações anti-Serra. A coordenação de campanha do tucano afirmou que não possui uma central especificamente para combater os boatos.

    "Esse trabalho é feito pelo pessoal que produz conteúdo normalmente para os sites", afirmou a coordenadora de internet do candidato, Soninha Francine (PPS).

    Segundo ela, 30 pessoas cumprem a tarefa de "desmentir" os boatos que surgem no mundo virtual. Para Soninha, boa parte desses materiais são endossados pela campanha de Dilma.

    "Em muitos casos, se não foram eles [petistas] que produziram um vídeo caluniando o Serra, no momento em que publicam esse material em um blog oficial ou no site da campanha, estão endossando a baixaria", afirmou.

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