O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, promoveu nesta segunda-feira o lançamento paulistano de seu novo partido, PSD (Partido Social Democrático), em um evento com cerca de 100 políticos na Assembleia Legislativa.
Durante o discurso de apresentação, Kassab fez questão de frisar que o partido não fará parte da base aliada do governo Dilma Rousseff.
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Luiz Carlos Murauskas/Folhapress |
Prefeito Gilberto Kassab promoveu o lançamento paulistano de seu novo partido, PSD (Partido Social Democrático) |
Segundo o prefeito, a nova legenda fará uma espécie de "oposição responsável", criticando o governo quando estiver errado e elogiando quando avaliar como corretas suas medidas.
O prefeito, que deixou o DEM, também garantiu que não se tornará um opositor do governador paulista, Geraldo Alckmin.
"Aqui em São Paulo, fomos aliados ontem e continuaremos aliados. Esse compromisso é indestrutível."
Ao vice-governador, Guilherme Afif Domingos, coube a leitura das doze diretrizes do PSD. Ao mesmo tempo em que defende bandeiras liberais, o novo partido afirma apoiar medidas sociais, como os programas de transferência de renda.
"O meu atrito não é com o PSDB, mas com o DEM. O governador está a par de tudo", afirmou o vice-governador.
Um dos presentes no evento, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B) disse que não irá se filiar na legenda no momento. Mas afirmou que iria para o PSD se Kassab o convidasse para ser candidato a prefeito em 2012.
O evento da Assembleia também foi marcado por uma manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade de São Paulo, que passou no começo deste ano de R$ 2,7 para R$ 3.
Gritando palavras de ordem como "abaixa o busão", os manifestantes fizeram Kassab interromper sua fala.
Em tom irônico, o prefeito pediu "uma salva de palmas" para os estudantes. Ele pediu ainda que os seguranças tratassem os manifestantes com civilidade, mas apoiadores do prefeito arrancaram os cartazes das mãos dos estudantes e os rasgaram. O grupo foi retirado da sala.
SALVADOR
Em evento realizado ontem em Salvador (BA), Kassab reuniu cerca de 600 pessoas, entre elas 70 prefeitos, no lançamento da nova sigla. Ele recebeu o apoio de petistas, como o senador Walter Pinheiro (PT), mas a maioria dos presentes era integrantes insatisfeitos de partidos como DEM, PP e PMDB.
Na Bahia, o PSD se aproxima da base do governo Dilma e já recebeu até o apoio do governador Jaques Wagner (PT). No Estado, o principal aliado de Kassab é o vice-governador, Otto Alencar (PP).
Salvador foi escolhida para o lançamento do PSD para indicar que o partido, que deve ser formalizado até julho, tem caráter nacional. A sigla terá representação em dez Estados.
Em entrevista, citou ainda como possíveis integrantes do novo partido o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (DEM), e os senadores Sérgio Petecão (PMN-AC) e Kátia Abreu (DEM-TO).
Em seu discurso, Kassab disse que o nome PSD foi escolhido porque o partido será desenvolvimentista como o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que era membro de uma legenda com o mesmo nome.