O major aposentado da PM José Maria Pereira de Oliveira, que comandou tropas no massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, junto ao coronel Mário Colares Pantoja, foi preso na manhã desta terça-feira (8) no Pará.
Ele se apresentou espontaneamente ao presídio de Santa Isabel do Pará (a 47 km de Belém), após a Justiça ter determinado ontem sua prisão e a do coronel Pantoja. O coronel foi preso ontem mesmo.
Justiça manda prender PMs condenados por Eldorado do Carajás
A defesa do coronel Pantoja irá dar entrada hoje em uma petição na Justiça pedindo que ele cumpra pena em um batalhão da PM em vez de continuar no presídio.
Segundo seu advogado, Gustavo Pastor, isso está previsto na lei que trata dos policiais militares do Pará.
A casa penal onde eles estão é destinada exclusivamente a servidores públicos e ex-servidores. Inicialmente, ambos cumprirão pena em regime fechado.
Em um julgamento de 2002, o coronel Pantoja foi condenado a 228 anos de prisão, enquanto o major Oliveira recebeu pena de 158 anos e quatro meses, ambos acusados de comandar a ação.
Chegaram a ser presos no final de 2004, mas obtiveram habeas corpus e foram soltos no final de 2005.
A Justiça do Pará determinou ontem a prisão deles, após terem recursos negados nas instâncias superiores.
O massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em abril de 1996, resultou em 19 sem-terra mortos. O episódio é relembrado anualmente no "Abril Vermelho", que concentra ações promovidas por grupos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Os policiais que participaram da ação sob o comando deles foram absolvidos.
Os advogados do coronel e do major dizem que eles estavam cumprindo orientações superiores e que não ordenaram o massacre, pois a ação dos policiais que mataram os sem-terra fugiu ao controle.