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    Ministra considera normal pressão de advogado à Comissão de Ética

    ERICH DECAT
    DE BRASÍLIA

    16/05/2012 15h10

    A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) considerou como "normal" a atuação do advogado, Marcos Joaquim Alves, que fez corpo a corpo com integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência da República responsáveis por julgar a conduta dela no episódio da compra de 28 lanchas pelo ministério da Pesca.

    O contrato de compra é alvo de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União). Parte do pagamento dos aparelhos foi feito no período que Ideli esteve no comando da pasta, de janeiro a junho de 2011. A licitação das lanchas, no valor de R$ 31 milhões, foi feita na gestão do também petista e catarinense Altemir Gregolin. Ele comandou a pasta de abril 2006 a dezembro 2010.

    A pressão exercida pelo advogado de Ideli sobre os integrantes da Comissão de Ética foi vista pelo presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence, como maior do que a realizada por outros ministros que também passaram por investigação pelo órgão. A ação contra a ministra foi arquivada na última segunda-feira (14).

    "O próprio ministro Sepúlveda Pertence declarou com relação ao nosso advogado que é normal. Talvez um pouco diferenciado do que os outros advogados. Agora eu quero dizer que estou muito satisfeita com o trabalho do meu advogado realizou. Ele estava cumprindo a sua tarefa", afirmou a ministra.

    As declarações de Ideli foram feitas nesta quarta-feira na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara onde ela foi convocada para prestar esclarecimentos sobre o episódio da compra das lanchas.

    Na ocasião, os prefeitos gritavam da plateia para que Dilma falasse sobre os royalties. "Petróleo vocês não vão gostar. Então eu vou falar uma coisa, não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje para trás. Lutem pela distribuição de hoje para a frente", afirmou Dilma.

    Logo após encerrar a frase, a presidente foi vaiada por parte de uma plateia composta por cerca de 2.500 prefeitos.

    Em seguida a presidente se dirigiu com o dedo em riste ao presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que, momentos antes, tinha dado declarações em defesa da divisão igualitária dos royalties entre os municípios e Estados.

    "As imagens que estão lá falam mais do que as minhas palavras. É só interpretar a imagem no sentido do dedo em riste", afirmou Ziulkoski na chegada ao Congresso no final da tarde de hoje. Junto com ele, dezenas de prefeitos ocuparam o Salão Verde da Câmara com camisetas com os dizeres: "O Brasil quer royalties para todos".

    "Queremos discutir apropriação dos royalties. Quem se apropria hoje dos royalties são alguns estados, alguns municípios. Queremos mudar essa matriz em que todos recebem. Não há quebra de contrato porque a proposta que está ai hoje vale a partir de quando ela entrar em vigor", afirmou

    Tramita na Câmara, atualmente, uma proposta que prevê uma nova divisão dos royalties que são pagos pela exploração de petróleo. O texto do projeto, que já passou pelo Senado, estabelece uma diminuição do repasse aos estados que produtores e em contrapartida um acréscimo para aqueles que não produzem petróleo.

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