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    Mensalão atrapalhou Haddad, diz Maria Victoria Benevides

    BERNARDO MELLO FRANCO
    LUIZA BANDEIRA
    DE SÃO PAULO

    03/10/2012 15h58

    Em ato de artistas e intelectuais em apoio a Fernando Haddad, a socióloga Maria Victoria Benevides criticou ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que o julgamento do mensalão atrapalhou o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.

    A professora da USP (Universidade de São Paulo) afirmou que os intelectuais ligados ao partido estão "abalados" com as condenações.

    "Esperaram sete anos para fazer o julgamento na véspera da eleição. Isso explica por que o Haddad não deslanchou mais rápido", disse.

    "Estamos abalados. Eu estou abalada porque acho que há uma dose de manipulação e de injustiça flagrante. Considero que é um julgamento político, não jurídico."

    O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa disse que "a estrutura política brasileira é essa". "O Fernando Henrique Cardoso teve uma segunda oportunidade de ser presidente por causa de todo o mensalão que houve ali. Foi muita gente comprada."

    Haddad não quis comentar as declarações de Benevides. "Minha opinião sobre este caso [o mensalão] já está registrada", disse na saída.

    No palco, ele ironizou o ato de intelectuais por José Serra (PSDB). "Confesso que tremi nas bases. Era aquela meia dúzia de pessoas", disse.

    Ele criticou a promessa do tucano de criar três museus: o carro, da moda e da canção brasileira. "A única atitude coerente dele seria colocar num museu as suas ideias."

    O filósofo Vladimir Safatle, que é colunista da Folha e ajudou no programa de Haddad para o setor, também atacou a ideia. "Essa concepção de cultura é digna de uma Disneylândia de província e devia causar vergonha."

    A ministra da Cultura, Marta Suplicy, pediu que os artistas se engajem na campanha e peçam votos para Haddad.

    A plateia se divertiu com o discurso de Zé Celso, que chamou o candidato de "gostoso" e disse que São Paulo é "dominada pelo caipirismo e pela retenção anal".

    Ele pediu que eleitores de Gabriel Chalita (PMDB) façam voto útil para levar o petista ao segundo turno. "Ele não pode dizer isso, mas eu posso", afirmou. Haddad riu.

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