Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) no Ceará invadiram nesta terça-feira (16) um canal de irrigação auxiliar à obra de transposição do rio São Francisco na região metropolitana de Fortaleza.
O protesto integra as ações do chamado "Abril Vermelho", quando o movimento intensifica ações pelo país em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), em 1996.
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Os militantes acamparam no Canal da Integração, um canal de abastecimento de água atualmente usado para irrigação e que deverá complementar a obra de transposição do rio São Francisco. Os integrantes do movimento não interromperam o funcionamento do canal.
De lá, cerca de mil trabalhadores fecharam a BR-116 na altura de Pacajus (região metropolitana de Fortaleza).
O protesto ocorreu durante a manhã e causou congestionamento, mas a via foi liberada pela Polícia Rodoviária Federal e os manifestantes voltaram ao acampamento.
O objetivo do MST com a ação é cobrar medidas para atenuar os efeitos da seca na região. O movimento reclama que a água está sendo destinada ao agronegócio, e não à agricultura familiar.
Os secretários de Recursos Hídricos, César Pinheiro, e de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, foram ao local conversar com os sem-terra, mas eles exigiam uma reunião com o governador do Estado, Cid Gomes (PSB). Segundo a assessoria do governo, Cid os receberá na próxima quinta-feira.
De acordo com Pedro Neto, um dos líderes do MST no Estado, a pauta de reivindicações inclui perfuração de poços e projetos estruturantes para enfrentar os efeitos da seca.
O movimento também pede agilidade na reforma agrária e nos investimentos em infraestrutura em assentamentos rurais.
O Nordeste vive a pior seca dos últimos 50 anos. Segundo o governo federal, cerca de 10 milhões de pessoas em 1.415 municípios da região estão sendo atingidas pela estiagem que, em algumas localidades, começou no final de 2011. (AGUIRRE TALENTO)