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    Entenda a Sexta Estação da Via Sacra: Verônica enxuga o rosto de Jesus

    DE SÃO PAULO

    26/07/2013 18h30

    Criada no século 15, por franciscanos, a Via Sacra é uma procissão dramatizada que representa os episódios da condenação, suplício e morte de Jesus Cristo na cruz, dividido em 14 estações.

    A encenação do Rio foi concebida pelo diretor de teatro e televisão Ulysses Cruz.

    Na Quinta Estação, Simão de Cirineu, que voltava do campo, foi detido para que ajudasse Jesus a carregar a cruz.

    Editoria de Arte/Divulgação/Folhapress

    SEXTA ESTAÇÃO: VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS

    REFERÊNCIA Religiosa que luta pela vida

    Intérprete: Elba Ramalho, cantora

    Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. (Is 53, 3)

    CENÁRIO

    Inspirado no altar do oratório do convento das Pequenas Irmãs De Jesus, em Jerusalém.

    Esta escada é empoeirada com pó de calcário. No topo da escadaria, onde está uma reprodução do altar com um candelabro de sete braços em tons de pedra, conforme a referência. É a única coisa que não é branca nesse cenário.

    CENA

    Um grupo com 25 mulheres entra em cena numa formação bem definida, como nos antigos coros gregos. Vestem roupas de época, com panos cobrindo as cabeças, onde predominam os tons fortes e escuros de vermelho, ocre e marrom. Posicionam-se na escadaria formando um triângulo que aponta para cima.

    Movimentam-se em conjunto, criando frases corporais que expressam sua angústia, dor e sofrimento. Os movimentos são estilizados como uma dança, nada é literal, e, apesar de remeterem ao desespero, são executados com delicadeza.

    A cena fala do sofrimento de todos nós. Nenhuma é explicitamente Verônica, mas todas são Verônica.

    Uma enorme tela com o rosto de JESUS como o do Santo Sudário começa a descer cobrindo o candelabro. O pano é enorme, mas muito leve, diáfano, quase irreal, remete a uma visão ao vento.

    O coro de mulheres se abre e por ele passam os celebrantes até seu platô, onde falam a reflexão.

    MEDITAÇÃO

    Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Sou consagrada ao teu divino Coração no serviço ao meu irmão. Não posso me calar quando encontro nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma "cultura de morte": mulheres prostituídas e famílias na miséria, enfermos sem atendimento e idosos desprezados, migrantes sem terra e jovens desempregados, pessoas excluídas da cultura digital e minorias tratadas com preconceito a lista é grande, meu Senhor. Ao enxugar as lágrimas, o suor e o sangue do rosto destes irmãos e irmãs vejo maravilhada que a tua face fica estampada no lenço da minha solidariedade (Cf. Mt 25,31-46).

    Ao final das palavras do meditador, os casais da 7º estação, formado por um grupo de trabalhadores (mineiros, frentistas, trabalhadores da linha de produção) começam sua movimentação aguardando a chegada da Cruz. Mesmo sistema anterior.

    Editoria de Arte/Folhapress

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