Depois de 40 dias, o "Ocupa Cabral" acabou. O acampamento criado por ativistas contra o governador do Rio, Sergio Cabral, no canteiro central da avenida Delfim Moreira, altura da rua Aristides Espínola, no Leblon, foi desmontado na noite desta quinta-feira (5). O local, que fica na esquina de onde mora do governador do Rio, estava ocupado desde o dia 28 de julho.
Integrantes do Ocupa Cabral disseram à Folha que os próprios manifestantes decidiram dar um fim ao acampamento para, entre outras coisas, engrossar as manifestações previstas para o 7 de setembro e fortalecer outras ocupações, como a que ocorre em cerca de 20 barracas em frente à Câmara Municipal do Rio.
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O Ocupa Cabral tinha em torno de 20 moradores fixos. A quantidade de pessoas variava de acordo com o dia. No início da ocupação, havia atos quase diários de protestos na esquina da residência de Cabral, o que motivou, inclusive, um apelo do governador para que as manifestações deixassem o local.
Em um primeiro momento, os protestos não diminuíram. Mais tarde, as manifestações passaram a ocorrer com mais frequência no centro da cidade e no entorno do Palácio Laranjeiras, sede do governo estadual. Para compensar a redução dos protestos no local, o Ocupa Cabral passou a ter uma agenda cultural, com palestras sobre direitos humanos, projeção de filmes e apresentações musicais.
No início da ocupação, moradores locais apoiaram. Alguns pediram, por meio de abaixo assinado, a saída do governador do bairro, para reduzir confrontos entre polícia e manifestantes no metro quadrado mais caro do Rio. Mais recentemente, o apoio já não era o mesmo. A Associação de Moradores e Amigos do Leblon informou na semana passada que entraria na justiça pedindo a remoção do grupo.
Foi a segunda vez neste ano que ativistas ocuparam a esquina do governador. Da primeira vez, contudo, eles foram retirados à força pela Polícia Militar quando a ocupação completou duas semanas. Dessa vez, em parte motivado pelas pesquisas que indicavam queda de popularidade do governador, não houve intervenção policial e o grupo permaneceu por 40 dias.
Daniel Marenco - 17.jul.2013/Folhapress | ||
Manifestantes protestam na esquina da casa do governador Sergio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro |