A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, classificou como "lamentável" o fato de o Brasil não ter aderido à Declaração de Nova York Sobre Florestas, que prevê cortar o desmatamento pela metade até 2020 e zerá-lo até 2030.
"O Brasil é um dos maiores países em floresta, com cerca de 60% de seu território coberto por florestas, e não assinou a carta para proteção às florestas, o que é lamentável", disse a ex-ministra do Meio Ambiente em Florianópolis, onde fez campanha nesta terça-feira (23).
A declaração de Nova York é o principal resultado da Cúpula do Clima, convocada pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.
Marina disse que o Brasil "não precisa dar uma sinalização trocada como esta", e acrescentou que "a atitude do Brasil compromete não só a proteção das florestas, a biodiversidade, as populações que nela habitam, mas principalmente o futuro da agricultura brasileira".
A ex-senadora criticou a presidente Dilma Rousseff (PT) pela decisão de não aderir aos compromissos de combate ao desmatamento.
"[Dilma] fez uma fala se reportando tão somente às conquistas já alcançadas do passado, não sinalizou nenhum compromisso para o futuro, que era o objetivo da cúpula, e ainda não assinou o acordo sobre proteção das florestas", disse.
Marina afirmou que o governo da petista promove "um grande retrocesso" e desenvolve "políticas erráticas" na área ambiental.
"Quando o governo, com políticas erráticas, retrocede em relação a processos que vêm sendo encaminhados para que se tenha uma agenda de desmatamento zero, isso é um grande retrocesso."
FATOR PREVIDENCIÁRIO
Em entrevista na capital catarinense, a candidata disse ainda que, se eleita, fará uma revisão no fator previdenciário, índice que reduz o valor da aposentadoria de quem trabalha mais cedo.
Sem dar detalhes, Marina disse que sua equipe está buscando a "melhor fórmula para corrigir as distorções que acontecem". "Estamos em processo de estudos", disse.
A candidata afirmou reconhecer a "gravidade dos problemas previdenciários" no Brasil e a defasagem nos valores dos benefícios.
Também nesta terça (23), o tema entrou na campanha de Aécio Neves (PSDB), que negou ter prometido acabar com o índice.
"Eu não disse que vou acabar com o fator previdenciário. Eu me reuni com as centrais sindicais, em especial com a Força Sindical, e assumi um compromisso de discutirmos uma alternativa ao longo do tempo ao fator previdenciário", afirmou Aécio no "Bom Dia Brasil", da TV Globo.
ATO COM APOIADORES
Marina teve dois compromissos de campanha na capital catarinense nesta terça-feira. Às 14h, concedeu entrevista na sede do PSB na cidade - o imóvel foi batizado de Casa de Marina. Às 16h, falou a correligionários em um centro de eventos na área central.
No ato com apoiadores, disse estar "animada com a possibilidade de ganhar" e que os rivais Dilma e Aécio Neves (PSDB) estão "apavorados".
Afirmou ainda que PT e PSDB "disputam eleições há vinte anos" numa "guerra de vermelho contra azul", e criticou ambos por não terem apresentado versões finais de programas de governo.
"A Dilma diz que vai fazer as mesmas coisas. A mesma coisa é fazer o que está fazendo na Petrobras, é deixar que o analfabetismo volte a crescer", criticou.
Ela prometeu "trabalhar para viabilizar" a reforma tributária e um novo pacto federativo porque entende que "há um preço muito caro que as prefeituras estão pagando".
"Independentemente do partido político, se for um bom trabalho, com honestidade e competência, não importa sé é do PT, PMDB, PFL, nós vamos apoiar os prefeitos. Isso também é a nova política."
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