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    Mais votado, Russomanno critica Tiririca e afirma que disputará prefeitura

    GUSTAVO URIBE
    LÍGIA MESQUITA
    ALLAN RAVAGNANI
    DE SÃO PAULO

    05/10/2014 22h01

    Eleito com 1,5 milhão de votos, a maior votação para a Câmara Federal em São Paulo, o ex-deputado federal Celso Russomanno (PRB) disse neste domingo (5) que pretende disputar novamente a Prefeitura de São Paulo em 2016.

    "Eu tenho dito durante a campanha inteira e fui cobrado na capital paulista a minha volta para a disputa à Prefeitura de São Paulo", disse. " Nós vamos disputar se o meu partido entender que eu devo, mas acredito que ele esteja do meu lado", acrescentou.

    Com uma votação superior ao do deputado federal Tiririca (PR), Russomanno criticou a "falta de ética" do palhaço ao ironizar o trabalho dos parlamentares.

    "Ele brincou com o eleitor. Não acho correto. O voto de Tiririca continua sendo o do protesto", disse.

    Segundo ele, a bancada do PRB passará de 11 para 21 deputados federais. Com sua votação, levará mais quatro correligionários para a Câmara Federal. Ele afirmou que sua principal bandeira será a reforma política.

    São Paulo tem direito a 70 cadeiras na Câmara dos Deputados. Mas, por causa do coeficiente eleitoral –cálculo que leva em conta a votação da coligação para determinar quem será eleito para um cargo eletivo, e não apenas a votação nominal de cada candidato–, mesmo quem ficar em posições inferiores pode acabar tendo direito a uma cadeira em Brasília.

    O cantor sertanejo Sérgio Reis é um dos que podem ser beneficiados pelo colega puxador de votos, mesmo recebendo uma votação de pouco mais de 45 mil votos.

    No cômputo geral, Sérgio Reis é apenas o 106º mais votado, com 99,9% das urnas apuradas.

    Os candidatos Antônio Bulhões, Roberto Alves, Vinícius Carvalho, o cantor Sérgio Reis, o ex-prefeito de Santos Beto Mansur, Marcelo Squasoni e Fausto Pinato foram os políticos da legenda eleitos para a Câmara beneficiados pela votação de Russomanno.

    TIRIRICA

    Tiririca (PR-SP) não repetiu o fenômeno de 2010, quando recebeu 1,3 milhão de votos, mas garantiu a segunda posição geral, com pouco mais de 1 milhão de eleitores.

    Com essa votação, pode ajudar a colocar na Câmara os candidatos Capitão Augusto e Miguel Lombardi. Outros três deputados do PR estão bem colocados: Márcio Alvino, Milton Monti e Paulo Freire.

    Apesar da expressiva votação dos dois candidatos, ainda é cedo para dizer que eles, de fato, conseguirão "carregar" seus correlegionários. Isso porque a Justiça Eleitoral ainda irá calcular o coeficiente eleitoral para verificar quem será eleito deputado.

    Algumas candidaturas –como a de Paulo Maluf (PP-SP), que teve 245 mil votos– ainda estão sob análise do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 2010, Maluf recebeu 497 mil votos.

    Durante a apuração, os votos desses candidatos são considerados nulos. Se, após as eleições, algum deles tiver êxito no recurso, seus votos serão validados e o resultado do pleito poderá ser alterado.

    Ao todo, há 713 candidaturas em análise judicial.

    FELICIANO E BOLSONARO

    O Pastor Marco Feliciano, que esperava receber mais de 600 mil votos, acabou as eleições com pouco mais de 397 mil votos. Seu partido, o PSC, conseguiu eleger uma bancada de três deputados por São Paulo.

    Além de Feliciano, o deputado Gilberto Nascimento foi reeleito para o quarto mandato com mais de 120 mil votos. O policial federal Eduardo Bolsonaro, filho do deputado federal pelo Rio Jair Bolsonaro, foi o terceiro deputado eleito pelo partido, com a ajuda de Feliciano.

    BANCADAS

    A Coligação PSDB-DEM-PPS conquistou mais de 5 milhões de votos e pode eleger 20 deputados paulistas.

    O PSDB, partido mais votado, com 4,5 milhões de votos, pode eleger 14 deputados. O DEM, do deputado Rodrigo Garcia, teria quatro deputados, e o PPS, dois.

    O ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez foi o deputado federal mais votado do PT, conforme era esperado pelas lideranças. Sua votação, porém, foi de pouco mais de 168 mil votos, bem abaixo dos 500 mil votos esperados por Lula.

    Sem nenhum puxador de votos, a coligação do PT com o PCdoB deve eleger apenas 11 deputados federais.

    Editoria de arte/Folhapress
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