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    Programa de Aécio defende fim da reeleição só em 2022

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    08/10/2014 02h00

    O programa de governo do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, contempla o fim da reeleição e a alteração do mandato de quatro para cinco anos, como quer o grupo da ex-senadora Marina Silva (PSB). Há, no entanto, um impasse: na proposta de Aécio, as mudanças só valeriam a partir de 2022.

    Integrantes da cúpula do PSB dizem que a adoção dessas propostas é uma das prerrogativas para que a pessebista declare apoio ao tucano no segundo turno. O partido, no entanto, quer de Aécio uma garantia de que as novas regras valeriam já para a próxima eleição.

    O capítulo que trata da reforma política no programa de governo apresentado pelo presidenciável defende expressamente o "fim da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos", além de "mandato de cinco anos para os cargos do Executivo e Legislativo".

    Mas faz uma ressalva: "As propostas de alterações nas regras eleitorais devem ser planejadas para que comecem a valer a partir da eleição de 2018 e se consolidem na eleição de 2022".

    Marina disputou o primeiro turno defendendo basicamente a mesma tese de Aécio, mas firmou compromisso de que abriria mão de disputar a reeleição em 2018.

    O que o PSB espera é que o tucano faça agora uma sinalização no mesmo sentido. Esse anseio tem o apoio de caciques do PSDB, como o senador eleito José Serra e o governador Geraldo Alckmin, já virtuais candidatos para a disputar o Planalto em 2018.

    Questionado sobre o assunto nesta terça-feira (7), Aécio disse defender o fim da reeleição, mas enfatizou que a tese que está em seu programa de governo não depende só dele para entrar em vigor.

    "A questão deste mandato em especial tem que ser discutida no Congresso por uma razão específica: não estamos falando do fim da reeleição para presidente apenas, em que a decisão unilateral do candidato resolveria o problema", afirmou. "Estamos falando de reeleição de governadores e de prefeitos. Precisa haver um entendimento em relação a isso", concluiu.

    A interlocutores, Aécio reconheceu que o fim da reeleição para o próximo mandato é inviável. Ele diz que governadores eleitos este ano pela primeira vez estão entrando no cargo com a garantia de que podem disputar em 2018. Mudar a regra neste momento daria margem para uma disputa judicial, já que a alteração estaria "suprimindo direitos" desses políticos.

    Editoria de Arte/ Folhapress

    ENCONTRO

    Aécio falou publicamente sobre o assunto menos de uma hora depois de ter se reunido, no Palácio dos Bandeirantes, com Márcio França, presidente do PSB em São Paulo e um dos principais líderes do partido.

    França foi eleito vice de Alckmin no mandato que recomeça no ano que vem.

    O encontro ocorre no momento em que Marina elabora os termos que apresentará a Aécio para apoiá-lo e, ao mesmo tempo, em que o PSB discute internamente se, como sigla, embarcará na candidatura do tucano.

    Também nesta terça, o vice de Marina, Beto Albuquerque, telefonou para Aécio. Segundo o presidenciável, foi "uma conversa de amigos", sem definição de rumo político. "Cada uma dessas forças tem seu sistema de decisão. Vamos aguardar com muita serenidade", disse.

    Apesar do discurso, o tucano tem feito diversos acenos a Marina. Depois de dizer que seu programa estava aberto para contribuições, Aécio afirmou nesta terça que sua candidatura representa o anseio pela "mudança" e pela "nova política", termo usado à exaustão pela pessebista e os chamados "marineiros".

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