A avaliação positiva e a confiança do brasileiro em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) aumentaram após as eleições, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira (17).
A aprovação da maneira de governar também aumentou, mas ainda é menor em comparação com o primeiro mandato dos presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esta é a primeira pesquisa de avaliação do governo divulgada após as eleições de outubro.
O percentual da população que avalia o governo Dilma como "ótimo" ou "bom" subiu dois pontos percentuais, passando de 38% em setembro para 40% em dezembro.
Já a taxa dos que que avaliam como "regular" caiu um ponto percentual, ficando em 32%. Os que acham que o governo é "ruim" ou "péssimo" somam 27% da população, ante 28% registrados em setembro, e os que não sabem ou não responderam à pesquisa representaram 1% dos entrevistados.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o grau de confiança é de 95%. A pesquisa CNI/Ibope foi realizada entre os dias 5 a 8 de dezembro. Foram entrevistados 2002 pessoas em 142 municípios.
CONFIANÇA
Mesmo com a crise política enfrentada pela presidente, com denúncias envolvendo a Petrobras e mudanças na economia, o nível de confiança no governo aumentou seis pontos percentuais, passando de 45% para 51%, e o percentual de quem não confia caiu de 50% em setembro para 44% em dezembro. Não sabem ou não responderam 5% dos entrevistados.
Já a aprovação na maneira de Dilma governar subiu de 48% em setembro, data da última pesquisa realizada pela CNI/Ibope, para 52% em dezembro. O índice dos que desaprovam a presidente caiu de 46% para 41% e não sabem ou não responderam somam 8% dos entrevistados.
A pesquisa mediu ainda a expectativa do brasileiro para o segundo mandato da presidente Dilma. O resultado positivo é próximo do registrado atualmente. Dos entrevistados, 43% avaliam que o próximo governo será ótimo ou bom, 25% acreditam que será regular, 13% acham que os próximos quatro anos serão péssimos e 4% não sabem ou não responderam.
Apesar do resultado positivo registrado neste mês, o patamar é inferior ao dos primeiros três anos de governo, sendo sua melhor avaliação em março de 2013, quando ela atingiu 79% de aprovação. Dilma encerrou o seu primeiro ano de governo com 72% de aprovação. Em 2012, ela teve 78% de aprovação ao fim do ano, e em 2013, o índice foi de 56%.
Em comparação com o primeiro mandato dos dois últimos presidentes, Dilma tem a pior aprovação em seu último ano de governo. Ao encerrar seu primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso registrou 61% de aprovação e Lula 71%.
ÁREAS
Apesar do resultado positivo na avaliação do governo, quando a pesquisa mede a aprovação por áreas de atuação, a única área em que o governo teve uma aprovação superior à metade dos entrevistados foi no combate à fome e à pobreza, com 54% de aprovação.
Segurança Pública, saúde e a alta taxa de impostos cobradas pelo governo foram os piores itens avaliados, os dois primeiros com 71% de desaprovação e o último, com 72%.
Para a população, o principal aspecto positivo do primeiro governo Dilma é o combate à fome e à pobreza, fato que foi citado espontâneamente por 24% dos entrevistados.
Em seguida, os aspectos mais lembrados foram: investimentos em programas sociais (17%), investimentos na área de educação (15%), prioridade para a população mais carente (13%) e dar continuidade ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (11%). Não indicaram nenhum aspecto positivo 19% dos entrevistados e não sabem ou não responderam 11%. Cada entrevistado podia citar até três aspectos.
Em relação aos pontos negativos citados, o mais lembrado foi a falta de investimento na área da saúde, com 30% das menções. Em seguida, os aspectos negativos mais citados foram o não combate à corrupção (26%), poucos investimentos na área de segurança pública (21%), poucos investimentos na educação (13%) e o baixo crescimento econômico do país (12%). Não citaram nenhum aspecto 13% dos entrevistados e não souberam ou não responderam, 21%.
NOTICÁRIO
A pesquisa identificou que há uma percepção maior da população de que o noticiário está mais desfavorável ao governo, passando de 32% para 44%. Questionados sobre as notícias que mais se lembram em relação ao governo, 45% dos entrevistados citaram a Operação Lava Jato e a investigação de irregularidades na Petrobras. O outro fato mais citado foi a inflação e o aumento de preços para a população, com 8% das menções.
O índice dos que avaliam que o noticiário é mais favorável ao governo se manteve estável com 15% dos entrevistados e para 27%, o noticiário não é nem mais ou menos favorável.
Para o gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Renato da Fonseca, o resultado positivo é um reflexo das ações sociais, principalmente no combate à fome e à pobreza, que determinaram uma recuperação na avaliação positiva do governo.
Durante a apresentação dos dados, ele destacou ainda que, apesar de muito lembrada entre a população, a operação Lava Jato ainda não encerrou suas investigações e por isso a população ainda pode não saber exatamente o impacto que ela terá no governo.