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    Comandante de avião presidencial é indicado para assumir vaga no STM

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    09/01/2015 18h38

    O tenente-brigadeiro-do-ar Joseli Camelo, responsável pelas viagens da presidente Dilma Rousseff, será indicado para assumir a vaga da Aeronáutica no Superior Tribunal Militar (STM). Ele deixou nesta sexta-feira (9) a Secretaria de Coordenação e Assessoramento Militar do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.

    De acordo com Camelo, o comandante do Aeronáutica, Juniti Saito, assinou nesta sexta a sua indicação, que será apresentada à Dilma. A presidente deverá chancelá-la e publicá-la no Diário Oficial da União. Camelo irá ocupar a vaga do ministro José Américo, que se aposenta em 13 de janeiro.

    Saito deixará o cargo em breve. Nesta quarta (7), Dilma nomeou o brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato para o comando da Força. Camelo era o segundo nome de uma lista tríplice apresentada à presidente para o posto.

    Camelo deverá ainda ser sabatinado pelo Senado quando os parlamentares voltarem ao trabalho, em fevereiro. Os senadores podem vetar a sua indicação, mas, historicamente, é raro que isso aconteça.

    O militar atuou na secretaria do GSI por 12 anos, desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, quando também pilotava o avião presidencial. No primeiro governo Dilma, ele passou a comandar as operações de deslocamento por ar da presidente e a acompanhar todas as viagens.

    Camelo será substituído pelo tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Alberto Pereira Bianchi, que há quatro anos pilota o avião presidencial. Ele continuará como comandante da aeronave e assumirá a responsabilidade por planejar e coordenar as viagens.

    Segundo Camelo, nos 12 anos em que trabalhou com os presidentes petistas, ele voou a 92 países e realizou quase dez mil horas de voo. "Agora vou virar um juiz. Sempre serei justo", disse.

    Questionado sobre a extinção da justiça militar, causa defendida por movimentos sociais e entidades do Direito, Camelo afirmou que não acredita em seu fim. "A Justiça Militar é o fórum mais antigo do país. Acho que dificilmente ela acabará. Ainda é muito importante para o país", disse.

    Camelo afirmou que são muitas as histórias que ele presenciou nestes 12 anos mas não quis detalhar nenhuma. "O que me marca é o lado humano. Por estarmos perto do presidente, a gente acaba tendo o privilégio de conhecer um pouco mais. E assim a gente admira mais. Porque, olha, esse pessoal trabalha muito", afirmou.

    Segundo o militar, Dilma é uma pessoa muito afável e que gosta de ler durante as viagens. Ele se despediu da presidente na tarde desta sexta, antes da cerimônia de transmissão de cargo que aconteceu no Palácio do Planalto. "Conversamos amenidades e ela agradeceu pelo meu trabalho prestado", disse.

    Já Bianchi contou que a presidente Dilma tem medo de turbulências, "como qualquer outra pessoa". "Ela vai sempre na cabine para conversar com a gente, para ver o que estamos fazendo. Acho que isso a acalma. E é bom também conversar", disse.

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