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    Em documento interno, Planalto diz que comunicação é 'errada e errática'

    NATUZA NERY
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    17/03/2015 20h43

    Em um momento em que enfrenta uma crise política e protestos de ruas, documento reservado do governo Dilma Rousseff admite que sua comunicação foi "errada e errática", mas avalia que "a crise é maior do que isso".

    O documento, de autoria da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, diz que os "eleitores de Dilma e Lula estão acomodados brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela". O arquivo foi divulgado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e depois obtido pela Folha.

    Em seguida, afirma que "dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas". Segundo a Folha apurou, o texto é de responsabilidade do ministro Thomas Traumann e chegou à imprensa num momento em que setores do PT fazem uma nova ofensiva para controlar diretamente a comunicação oficial do Palácio do Planalto, principalmente a distribuição de verbas públicas para bancar a publicidade oficial.

    Nos últimos dias, setores do PT têm criticado a comunicação do governo e defendido mudanças no setor. Uma proposta do partido é transferir para o Ministério das Comunicações, comandado pelo partido, o controle da publicidade do governo.

    O documento, que faz parte do trabalho de análise de conjuntura feito semanalmente pela Secom para a presidente da República, é dividido em três tópicos: onde estamos, como chegamos até aqui e como virar o jogo?

    Depois das críticas à comunicação do governo e à atuação do PT em defesa do governo, o documento anota em seu terceiro capítulo que "não será fácil virar o jogo", mas aponta que "a entrevista presidencial deste dia 16 foi um excelente início", avaliando que Dilma Rousseff falou "com firmeza sobre sue compromisso com a democracia", explicou de "forma fácil a necessidade do ajuste fiscal" e assumiu "falhas como a da condução do Fies".

    Segundo o texto, a "presidente deu um rumo novo na comunicação do governo", mas "não pode parar".

    Acesse a íntegra do documento

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