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Poder
Sunday, 22-Dec-2024 00:17:37 -03De Elba a Lamborghini, Casa da Dinda entrou no roteiro da política nacional
DE SÃO PAULO
14/07/2015 16h36
A Casa da Dinda, onde foram apreendidos nesta terça-feira (14) três carros de luxo, entrou para a memória da política nacional após a eleição de Fernando Collor de Mello para o Planalto, em 1989.
O ex-presidente fez da mansão particular, no Lago Norte, bairro nobre de Brasília, sua residência oficial, rejeitando os endereços tradicionais como o Palácio da Alvorada e a casa de campo da Granja do Torto. O nome do imóvel é uma homenagem à bisavó de Collor.
A mudança rapidamente incluiu a Casa da Dinda no roteiro turístico da capital federal. Dois anos depois, no entanto, o imóvel se tornou um símbolo do noticiário sobre os escândalos de corrupção que culminaram na queda de Collor. Descobriu-se que o tesoureiro de sua campanha, PC Farias, pagou a reforma dos jardins da mansão com dinheiro de contas fantasmas. A obra custou na época cerca de US$ 2,5 milhões.
MAGIA NEGRA
A imprensa narrou em detalhes os artigos de luxo do imóvel, como uma cascata e um lago artificial. Anos depois, a ex-mulher do hoje senador, Roseane Collor, acrescentou detalhes ao escândalo, afirmando em livro que os jardins da residência oficial foram usados para o sacrifício de animais em rituais de magia negra.
"Quando tudo acabava, ficava uma sujeira danada, sangue espalhado", disse.
No livro, a ex-primeira-dama rebate as acusações de que o casal esbanjou dinheiro enquanto esteve no centro do poder. "Havia uma cascata na piscina? Havia uma biquinha, uma coisa simples que colocamos ali e onde gostávamos de molhar a cabeça."
No auge da crise que dragou seu governo, Collor viu suas chances de se manter no Planalto se esvaírem após a revelação de que uma Fiat Elba, vista com frequência na Casa da Dinda e usada para seu transporte pessoal, havia sido comprada com dinheiro de PC Farias.
Na manhã desta terça (14), a Polícia Federal apreendeu uma Ferrari vermelha, um Porsche preto e um Lamborghini prata na Casa da Dinda. Os carros custam, respectivamente, R$ 1,95 milhão, R$ 999 mil e R$ 3,9 milhões.
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