Braço direito do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) na Secretaria de Governo, Leonardo Américo Silveira de Oliveira, foi alvo de um mandado de condução coercitiva nesta sexta-feira (25) em Salvador.
A Operação Vigilante, parceria da Polícia Federal com o Ministério da Transparência, apura fraudes em licitações para o transporte escolar em Malhada das Pedras, município do sudoeste baiano a 690 km de Salvador.
O mandado não chegou a ser cumprido porque Américo estava em viagem, na cidade de Petrólolis (RJ). Ele informou que se apresentaria na segunda-feira (28) na sede da PF em Salvador.
Américo ocupa desde de 29 de junho deste ano um dos cargos mais importantes da Secretaria de Governo, a subchefia de Assuntos Federativos da Presidência, responsável pela relação com prefeitos. Ele faz parte do diretório do PMDB na Bahia e foi indicado por Geddel para o cargo.
Ele é dono da empresa Serbem Serviços e Locações, que prestou serviços de transporte escolar em Malhada nas Pedras, num contrato de R$ 1 milhão, entre março e junho deste ano. O contrato foi encerrado pouco antes de ele assumir o cargo no governo Temer.
"Temos farto material que aponta para um superfaturamento dos contratos e direcionamento nas licitações", afirma o delegado da Polícia Federal em Vitória da Conquista, Rodrigo Kolbe.
Na operação, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão temporária, dois de prisão preventiva, oito conduções coercitivas e 15 mandados de busca e apreensão. Noventa agentes participam da operação.
Os mandados foram cumpridos em Malhada das Pedras, Salvador, Itagibá, Alagoinhas e São José do Jacuípe.
A investigação aponta para um suposto direcionamento de licitação e superfaturamento do contrato por meio da adulteração da quilometragem de linhas percorridas pelos ônibus escolares.
Segundo apuração do Ministério da Transparência, o valor da quilometragem cobrado era mais que o dobro da distância real percorrida.
Os contratos também apontavam pagamentos relativos a serviços de transporte para 22 dias letivos todos os meses, inclusive no período de férias. O esquema teria gerado prejuízos de R$ 3 milhões.
A Folha procurou Leonardo Américo na manhã desta sexta, mas o telefone celular dele estava desligado.