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    Agência Lupa: Quanto Fernando Haddad deixou em caixa?

    DA AGÊNCIA LUPA

    21/07/2017 02h00

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    Sao Paulo, SP. Brasil. 07.08.2016. O prefeito eleito Joao Doria Jr (PSDB) durante encontro com o atual prefeito Fernando Haddad, na sede da prefeitura, para as tratativas de transicao do cargo. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress)
    O petista Fernando Haddad e o prefeito tucano João Doria, em encontro em 2016

    Em entrevista à Folha na segunda (17), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad falou sobre orçamento que legou ao sucessor e mencionou o tamanho derrota do PT na eleição de 2016

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    • "O Tribunal de Contas do Município [de SP] deu a última palavra. Tinha R$ 5,5 bilhões em caixa."

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    EXAGERADO O relatório de fiscalização das contas de 2016 diz que o caixa bruto da Prefeitura no fim do ano passado realmente era de R$ 5,34 bilhões. Porém, depois de descontadas as despesas que deveriam ser quitadas no curto prazo, o saldo restante era de R$ 3,15 bi. No documento, foi descrito que "as disponibilidades financeiras da Prefeitura em 31.12.16 eram suficientes para saldar as obrigações de curto prazo. Se todas essas obrigações fossem pagas, restaria um saldo da ordem de R$ 3 bilhões".

    Portanto, um superavit. Mas o TCM-SP ressaltou que, desse montante, apenas R$ 305,7 milhões seriam recursos livres, ou seja, aqueles que poderiam ser usados para pagamento de qualquer despesa. Em comparação, Gilberto Kassab deixou a Prefeitura de São Paulo em 2012 com mais verba livre: R$ 494,9 milhões.

    Haddad informou por sua assessoria que deixou R$ 5,5 bilhões em caixa e que o dinheiro era mais do que o suficiente para pagar as despesas de curto prazo. Segundo ele, até dentro das verbas vinculadas seria possível fazer investimentos na operação urbana.

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    • "O PT perdeu 60% dos votos entre 2012 e 2016."

    VERDADEIRO De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o PT obteve 17,2 milhões de votos em todos os municípios do país no primeiro turno de 2012.

    Já no ano passado, o partido recebeu 6,8 milhões na disputa municipal. Os dados, portanto, mostram uma queda de 60%, como mencionado por Fernando Haddad. A redução se traduziu também na diminuição do número de candidatos e de eleitos pelo partido. Em 2012, o PT lançou 1.779 candidatos a diversas prefeituras pelo país -630 foram eleitos. Quatro anos depois, o número de candidatos petistas caiu para 981 e, o número de eleitos, para 225.

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    • "Em São Paulo, [a perda de votos do PT foi de] 40%."

    VERDADEIRO Na cidade de São Paulo, em 2012, o PT teve no primeiro turno 1.776.317 votos para prefeito. Naquele pleito, os vereadores petistas alcançaram ainda 1.122.486 votos. Assim, o total foi de 2.898.803. Os números caíram vertiginosamente em 2016. Haddad, que perdeu a reeleição, recebeu 967.190 votos. E os vereadores, 853.808 -total de 1.814.998. A redução, como mencionado pelo ex-prefeito, foi de 37,3%.

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    • "Tive praticamente todas as rádios contra a administração. Crítica eu soube ouvir (...) não há registro de que eu tenha me queixado de jornalista."

    EXAGERADO Haddad criticou a imprensa em diferentes oportunidades. Em meados de 2016, disse em entrevistas que foi feita uma campanha contra o programa Paulista Aberta, que sua gestão "apanhou" devido ao programa de redução de velocidade das marginais e que reportagens eram "partidarizadas".

    Na mesma época, Haddad postou no Facebook um texto intitulado "Mentira e Hiprocrisia" onde se queixava de reportagens publicadas sobre a atuação da prefeitura em meio a mortes de moradores de rua. Haddad escreveu, na ocasião, que "a grande imprensa foi tomada por uma inédita preocupação com higienismo e moradores em situação de rua". O ex-prefeito também se envolveu em discussões com o historiador Marco Antônio Villa, comentarista da Rádio Jovem Pan, devido à divulgação de sua agenda.

    Por meio de sua assessoria, Haddad disse que estava se referindo "ao que o Doria fez no Facebook nominando um jornalista [da Folha] especificamente. Uma coisa é eu criticar um jornal, mas aquilo eu nunca fiz." Com relação a Villa, o ex-prefeito de São Paulo afirmou que não o qualifica como jornalista e que o historiador responde a um processo por calúnia.

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