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    PMDB retoma processo para mudar de nome e voltar a se chamar MDB

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    16/08/2017 11h33 - Atualizado às 14h05

    Renato Costa - 12.mar.2016/Folhapress
    Membros do PMDB durante convenção nacional da legenda em Brasília, em março
    Membros do PMDB durante convenção nacional da legenda em Brasília, em março de 2016

    A direção do PMDB retomou um processo interno para mudar o nome da legenda para MDB (Movimento Democrático Brasileiro), abandonando a denominação de "partido" e retomando a sigla usada durante a ditadura militar.

    A cúpula peemedebista se reuniu na manhã desta quarta-feira (16) para discutir a convocação de uma convenção partidária para aprovar a mudança. O objetivo é concretizar a alteração até o fim de setembro, quando o partido realizará uma convenção, marcada para dia 27.

    "Estamos resgatando a nossa memória, história e estamos retirando o último resquício da ditadura dentro do PMDB porque esse P foi uma determinação do regime militar. Queremos ganhar as ruas. Teremos uma nova programação", disse o presidente interino do partido, senador Romero Jucá (RR).

    A proposta de alteração do nome do PMDB foi avalizada pelo presidente Michel Temer. A decisão faz parte de uma tentativa do comando do partido de amenizar os desgastes sofridos pela legenda com a Lava Jato e com o envolvimento de seus principais integrantes em escândalos de corrupção.

    O grupo quer usar essa mudança para tentar renovar a imagem do PMDB antes das eleições de 2018. A decisão de excluir o "P" da sigla foi testada em pesquisas de opinião que detectaram a rejeição a partidos tradicionais pela população. O MDB foi usado de 1966 a 1979, durante o bipartidarismo da ditadura militar, quando fazia oposição à Arena (Aliança Renovadora Nacional).

    O PMDB estuda essa alteração há cerca de um ano, mas as articulações foram interrompidas devido ao impacto sofrido pela sigla com a Lava Jato.

    Com a alteração, o PMDB se soma a outras siglas que buscam mudar suas marcas antes das próximas eleições, como o DEM (que pode virar MUDE), o PTN (que se tornou Podemos) e o PEN (que pode se transformar em Patriotas).

    EXPULSÕES

    O senador Renan Calheiros (AL), que participou da reunião nesta quarta, criticou a postura do PMDB de tentar expulsar os senadores Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR) do partido e de suspender os deputados da bancada que votaram contra Temer na análise da denúncia.

    "O PMDB está se tornando o partido do Ame-o ou Deixe-o. Tivemos tristes sentimentos com isso no passado. O PMDB nunca fechou questão, se caracterizou sempre como um partido democrático. Fechar questão nessa hora, suspender deputados, ameaçar senadores é uma coisa brutal do ponto de vista do partido e da democracia", disse.

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