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    Ministro do STF diz que existe tentativa de enfraquecer o Judiciário

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    04/09/2017 17h37

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Ministro Luiz Fux, do STF

    O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta segunda-feira (4) que a sociedade brasileira precisa ficar atenta a "movimentos recentes que procuram minimizar, enfraquecer a figura do juiz e a instituição do Poder Judiciário".

    "Há várias estratégias para se chegar a este ponto. A primeira reação é ato de grandeza, e a segunda é termos a consciência de que a situação que está aí leva o Brasil ao naufrágio e só o Poder Judiciário pode levar nossa nação a um porto seguro", disse Fux em evento em Brasília.

    Depois, ao conversar com jornalistas, o ministro afirmou que percebeu na última semana movimentos que tentaram enfraquecer o juiz Sergio Moro, do Paraná, e o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

    "Começaram a suscitar um eventual impedimento do juiz Sergio Moro por relação com advogado", disse Fux.

    Conforme mostrou a Folha na semana passada, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht de 2011 a 2016, acusa o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, amigo e padrinho de casamento do juiz Sergio Moro, de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato.

    "Hoje se discute a eficácia do instituto da colaboração. E as pessoas que estão sendo investigadas estão atuando como se nada tivesse acontecido", disse Fux.

    SALÁRIOS

    Questionado sobre a divulgação dos supersalários de juízes de diferentes tribunais, Fux disse que a divulgação dessas informações é "muito importante".

    "Nós, ministros do Supremo ganhamos um salário muito digno, então é bom a gente saber também quem recebe supersalários", afirmou, acrescentando que o salário líquido é cerca de R$ 26 mil.

    Relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mostra que, na média, cada juiz custou R$ 47,7 mil por mês em 2016, 3,7% a mais do que os R$ 46 mil de 2015.

    "Às vezes há um esquecimento proposital de que o juiz é um servidor público. Como servidor, o juiz deve receber aquilo que todo servidor recebe. Na hora de analisar um juiz não pode analisar o Judiciário, mas sim, um servidor público", disse Fux.

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