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    Lava Jato

    Ministro vê melhora em clima no Congresso após reviravolta em delação

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    05/09/2017 13h28 - Atualizado às 14h19

    Sérgio Lima - 27.mar.2014/Folhapress
    Antônio Imbassahy (PSDB-BA), ministro da Secretaria de Governo
    Deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), ministro da Secretaria de Governo

    Um dos responsáveis pela articulação política do governo, o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) disse nesta terça-feira (5) que a reviravolta envolvendo as delações da JBS fragiliza as denúncias contra o presidente Michel Temer e melhora o clima no Congresso.

    "O fato, como disse o próprio procurador-geral da República [Rodrigo Janot], é gravíssimo, revela o caráter, a conduta de alta periculosidade dos dois principais parceiros da JBS e, certamente, vai trazer impacto nessas denúncias que foram promovidas nos últimos tempos", afirmou Imbassahy, após participar de uma cerimônia na Câmara dos Deputados.

    Para Imbassahy, a investigação anunciada na segunda-feira (4) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "fragiliza bastante" a denúncia.

    Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse não ter condições de avaliar o impacto da decisão de Janot em uma eventual nova acusação contra Temer. "Tenho que analisar melhor, não tenho opinião formada", disse o ministro ao deixar evento no Congresso.

    Janot determinou a investigação depois de ter acesso a quatro horas de gravação entre Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Ricardo Saud, executivo da empresa.

    O diálogo indica também suposta conduta criminosa do ex-procurador Marcello Miller, que ao longo de três anos foi auxiliar do gabinete de Janot.

    A suspeita é de que Miller tenha ajudado a JBS a confeccionar uma proposta de acordo de delação.

    "[A revelação do áudio] fragiliza bastante, no primeiro momento, porque está se caracterizando que houve, inclusive, uma coisa urdida, com a participação de um dos principais auxiliares do procurador-geral da República. Agora, temos que aguardar o desdobramento. O fundamental é que se torne conhecido o áudio para que se perceba a extensão da gravidade do assunto", afirmou o ministro, defendendo também o instituto da delação premiada.

    Imbassahy disse ter conversado com Temer, que está na China, sobre o assunto. Segundo o ministro, o presidente está "mantendo a serenidade e a tranquilidade de um resultado que vai caraterizar a isenção dele, a conduta ilibada que ele sempre praticou ao longo da vida pública".

    BASE

    Imbassahy disse que é preciso conhecer o conteúdo do áudio para avaliar se as revelações ajudarão a mudar votos do partido dele, o PSDB, contrários a Michel Temer.

    "É preciso agora conhecer melhor o áudio. O impacto foi muito grande. Eu percebo isso. Inclusive, a mudança no ambiente aqui no Congresso Nacional", afirmou. "Evidentemente este fato vai fragilizar mais ainda essas acusações que foram a eles dirigidas."

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