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    Virada Política usa até ioga em evento que vai 'além da eleição'

    JOELMIR TAVARES
    DE SÃO PAULO

    10/11/2017 02h00

    Virada Política/Divulgação
    Legenda: Participantes da edição de 2016 da Virada Política em São Paulo Crédito: Virada Política/Divulgação DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
    Participantes da edição de 2016 da Virada Política em São Paulo

    Tem desde aula que vai abordar a política pela ótica da ioga (usando princípios éticos da prática como "não violência" e "purificação") até um debate com movimentos que estimulam candidaturas de novatos na eleição de 2018.

    Em sua quarta edição, a Virada Política —painel que reúne grupos independentes para discutir inovações e buscar aproximar cidadãos da vida pública— ocupa a Câmara Municipal de São Paulo neste sábado (11) e segue no domingo (12) numa rua de Pinheiros (zona oeste), em mais de 20 horas de programação.

    "É uma tentativa de mostrar a política além da eleição", diz o cientista social Ricardo Borges Martins, 30. Um dos idealizadores da Virada, que começou como um encontro no largo da Batata (zona oeste) envolvendo 40 iniciativas da sociedade, Martins associa a atmosfera de crise na política tradicional à proliferação de movimentos.

    Da edição paulistana deste ano participam 170 grupos —dos quais 83 se inscreveram, ante cerca de 30 em 2014. Os demais foram localizados e convidados pelo evento. Cresceu o interesse de grupos que trabalham temas como feminismo, igualdade racial e direitos nas periferias, notaram os responsáveis pela seleção.

    O financiamento veio de uma vaquinha virtual que arrecadou quase R$ 28 mil e dos R$ 10 mil obtidos com cursos oferecidos ao longo do ano. O evento também se expandiu em 2017, com versões em outras 11 cidades, como Rio, Brasília, Recife e Campinas.

    Em São Paulo, um grupo de 15 voluntários na faixa de 25 a 35 anos está na linha de frente da Virada, que funciona em Pinheiros no que chamam de "vila ativista", ao lado de organizações como Catarse e Pimp My Carroça.

    "É impossível conhecer esses 170 movimentos e ser pessimista", diz Juliana Dal Pino, 30, uma das organizadoras, ecoando o pensamento interno de que o evento ajuda a estimular iniciativas que passam ao largo da polarização política no país e da "gritaria das redes sociais".

    "Existir direita e esquerda faz parte do jogo e é legítimo, mas elas têm que conviver de maneira respeitosa", diz Borges. Segundo ele, a Virada é suprapartidária, mas não abre mão da democracia e dos direitos humanos.

    'FLERTAÇO'

    "O que a gente faz", completa a jornalista Karolina Bergamo, 24, "é garimpar frentes que estão trabalhando temas que consideramos importantes e colocar os diferentes para conversarem".

    Nessa toada, um dos eventos da programação (que é gratuita e chega a ter nove atividades simultâneas) será o "Flertaço", um experimento para colocar frente a frente vereadores da capital e cidadãos. No olho a olho, eleitores poderão questionar os políticos e ouvi-los. Os 55 vereadores foram convidados e, até esta quinta-feira (9), oito tinham confirmado presença.

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