Numa pausa de cinco minutos para um café no trabalho, surge, sem querer, a ideia para uma pequena escultura ou um desenho. O lampejo criativo pode ser traduzido com material de escritório mesmo, como fitas adesivas, canetas e clipes. O processo tem até nome: "office art".
A última sensação dessa "arte" é uma brincadeira que se espalha pela internet divulgando desenhos feitos com os pequenos papéis coloridos usados para recados, os Post-its. A novidade teria nascido em escritórios de publicidade na França e está rodando o mundo por meio das redes sociais com o nome "Post-it War".
Vídeo: assista a uma intervenção com Post'-its em São Paulo:
Em São Paulo, os amigos e designers Carlos Xavier, 32, Marcio Villar 34, Daniel Lima, 30, e Thea Severino, 31, aderiram ao "movimento" em setembro passado. "É uma coisa simples, mas dá uma possibilidade infinita de criar", diz Thea.
Prédio no centro decora fachada com Post-its para o Carnaval
Vídeo: imagens de intervenções com Post-its em SP e no mundo
Os quatro também fizeram uma página no Facebook dedicada ao assunto, hoje com 375 membros. Na comunidade mundial, cerca de 59 mil pessoas trocam fotos e vídeos de aventuras com os papeizinhos dentro dos escritórios.
A moda rendeu oficinas de criação com Post-it realizadas no fim de janeiro no Sesc Bom Retiro, na região central. As "obras" ficarão expostas até o dia 29 de fevereiro.
A brincadeira atrai designers, publicitários e quem trabalha com internet. Diretor de uma agência de propaganda digital, Raphael Vasconcellos, 34, incentivou em sua empresa a intervenção com imagens de personagens de videogames. "Fizemos o Mario Bros. e o Space Invader", diz.
Maria do Carmo - 17.out.11/Folhapress | ||
Os amigos Daniel Lima, Marcio Villar e Carlos Gustavo Xavier aderiram à "Post-it War" em setembro passado |
O prédio de número 574 da rua da Consolação, na região central, foi um dos alvos da brincadeira e teve sua fachada coberta por desenhos. A colagem nas janelas dos seis andares do edifício da empresa ClearSale foi feita em setembro por cerca de 300 funcionários e ficou "em exibição" por três meses. "A arte estimula as pessoas no trabalho", diz Daisy Mola, coordenadora de recursos humanos da empresa.
Quem quiser aderir à onda tem à disposição desde aplicativos para celular a sites que calculam, a partir de um esboço, o número de papeizinhos necessários para o trabalho.