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    Apartamentos antigos no centro de SP atingem o valor de R$ 2 milhões

    VANESSA CORREA
    DE SÃO PAULO

    22/09/2013 02h31

    Cômodos amplos, pés-direitos altos, arquitetura assinada, piso original de madeira. Difícil encontrar tudo junto nos lançamentos imobiliários. Tais predicados, no entanto, aparecem em ao menos uma dúzia de prédios do centrão, construídos em meados do século passado.

    Não à toa, são os mais cobiçados da região. O metro quadrado deles gira em torno de R$ 7.000, preço de imóveis usados em bairros valorizados como Higienópolis e Jardins, diz Adriana Gueratto, da imobiliária Louvre.

    Além do Copan, de Niemeyer, os mais procurados são os de Artacho Jurado (1907-1983), que não era arquiteto de formação, mas deixou sua marca em alguns edifícios, como o Planalto (leia à pág. 46) e o Viadutos. Este passa por restauro da fachada e tem apês de 80 m² ao preço de R$ 500 mil.

    NO BOCHICHO

    Outro grande atrativo deles é a localização. Além da fartura de comércio e dos novos restaurantes que não param de abrir por ali, a proximidade a estações de metrô é um fator positivo.

    "Quem mora nesses prédios aboliu o carro. Anda de metrô e ônibus. Hábitos de quem morou fora", diz Marcos Senna, 32, sócio da Imóveis Vintages. Segundo ele, o público que tem protagonizado o movimento em direção ao centro na última década é formado por publicitários, designers e estrangeiros.

    A arquiteta Ana Lúcia Krodelrech, 45, mora há quase dois anos no Viadutos. Já habitou o Itaim Bibi e acha que no quesito "vida na rua" os locais se parecem. "Você desceu, tem tudo: padaria, supermercado..."

    Na região, o mais procurado de Artacho, no entanto, é o Louvre, com área de lazer e piscina na cobertura. Lá, um apê de 63 m² chega a R$ 450 mil.

    Mas há valor além de Artacho. Outros edifícios da av. São Luís também são cobiçados. Quase todos têm nome de santo: Santa Virgilia, Santa Rita e São Tomás. O último, com 400 m², tem lista de espera, segundo a Imóveis Vintage, e não sai por menos de R$ 2 milhões.

    Na esquina com a Ipiranga fica o São Luís, neoclássico do arquiteto Jacques Pilon, tombado e com banheiros de mármore italiano, conta o médico Bruno Levenhagen, 39, que mora lá há oito anos. "De uns tempos para cá abriram restaurantes muito bons na região. Vou menos aos Jardins."

    Um apartamento igual ao dele, com 150 m² e uma vaga de garagem, foi vendido recentemente por R$ 1,25 milhão.

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