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    Com garrafas PET, jovem leva luz de baixo custo para comunidades pobres

    ANDREA VIALLI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    23/06/2016 02h00

    Divulgação
    Vitor Belota Gomes, com garrafa PET usada para iluminação
    Vitor Belota Gomes, com garrafa PET usada para iluminação

    Ao chegar a Nairóbi, Quênia, para um intercâmbio em 2013, o brasiliense Vitor Belota Gomes, 27, se impressionou com a falta de energia elétrica nas casas e escolas. Em algumas salas, os alunos não enxergavam a própria mão.

    Ele buscou soluções de iluminação de baixo custo e se deparou com a ONG a Liter of Light, que montava lâmpadas com garrafas PET.

    A solução consiste em encher as garrafas com água e alvejante e instalar o material nos telhados: a luz solar incide sobre o líquido e, por refração na água, ajuda a iluminar o ambiente.

    A garrafa fornece a mesma quantidade de luz que uma lâmpada de 55 watts, e não produz emissão de carbono. Foi criado pelo brasileiro Alfredo Moser durante o apagão de 2001 e se espalhou para outros países.

    De volta ao Brasil, Gomes, que é formado em administração, fundou a ONG Litro de Luz para disseminar a técnica, mas encontrou mais dificuldade aqui do que na África. "Diziam: 'quem é esse playboy que quer subir no meu telhado e instalar uma garrafa?", conta.

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    De acordo com Gomes, a maior reclamação dos moradores era a falta de iluminação nas ruas e não nas casas. A ONG passou, então, a desenvolver soluções para isso.

    Umas delas foi um poste de baixo custo com energia solar. O sistema é composto por um poste de PVC acoplado a uma placa fotovoltaica que carrega uma bateria capaz de armazenar até 32 horas de energia, acendendo pequenas lâmpadas led dentro das garrafas. Foi instalado em comunidades do Rio, de São Paulo, Brasília e de Florianópolis.

    O próximo passo é um projeto de iluminação sustentável em Caapiranga, cidade com 12 mil habitantes no Amazonas. "Vamos entrar na Amazônia com projeto de longo prazo. É a região mais carente de energia, onde muitos dependem de geradores a diesel que só funcionam algumas horas por dia", diz.

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