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    Empresa 'lança' Google Glass no Brasil por R$ 6.500

    YURI GONZAGA
    DE SÃO PAULO

    23/05/2014 15h30

    A chegada dos óculos conectados Google Glass às lojas não aconteceu no Brasil (nem em qualquer outro lugar), mas eles já foram "lançados" por aqui –estão sendo vendidos a R$ 6.500– por uma empresa de São Paulo.

    A GoGlass, localizada em São Paulo, iniciou o aluguel do aparelho há cerca de 15 dias, segundo o fundador, Carlos Magno Vivaldi, 55, que diz ser a primeira empresa da América Latina a comercializar o produto.

    Ele não vê problemas no negócio. "Estamos praticamente fazendo propaganda gratuita para o Google", disse em entrevista por telefone à Folha.

    A companhia americana, por sua vez, diz não ter "nada a ver com a iniciativa". "O Google Glass ainda não foi lançado para o público geral, e só é vendido nos EUA dentro do programa Explorer", declarou a representação do Google no Brasil.

    O Glass ainda não foi homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e que segue em fase de testes.

    Qualquer equipamento que emita radiofrequência (caso do Glass e de qualquer celular, por exemplo) deve ser certificado e homologado pela Anatel, segundo o regulamento aprovado pela Resolução 242. A multa para o descumprimento dessa norma varia entre R$ 100 a R$ 3 milhões, "conforme a gravidade da infração".

    Reprodução
    Página da empresa GoGlass Brasil, que está vendendo o Glass por R$ 6.500 no país
    Página da empresa GoGlass Brasil, que está vendendo o Glass no país; Google lava as mãos

    Mesmo quem usa um produto não certificado pode ser multado e ter o equipamento apreendido. A Anatel diz, contudo, que "esse não é o foco da fiscalização."

    Vivaldi diz ter comprado os aparelhos nos EUA usados, e que não há qualquer barreira legal. "Pegamos toda a documentação possível, inclusive pagamos as taxas de importação para ter tudo em ordem", diz. "Nada foi feito mais ou menos. O que posso fazer é 'doar' o produto para você com o pagamento."

    Naquele país, qualquer pessoa que aceite os termos de uso (que incluem o compromisso de não fazer revenda comercial) pode comprar o dispositivo, por meio do programa que o Google chama de Explorer –e que, até o último dia 13, era fechado a desenvolvedores. Lá, ele sai por US$ 1.500 (cerca de R$ 3.300).

    A GoGlass aluga por R$ 250 o dia os óculos. Vivaldi, que garante que entregaria hoje um Glass a quem tiver o dinheiro para comprá-lo, diz dar preferência atualmente ao negócio da locação, já que a demanda pelo aparelho é muito grande.

    "O número de pedidos de compra é de mais de 20 por dia, trabalhando da forma que a gente trabalha, 100% legal, não teríamos como atender a essa demanda." A GoGlass, segundo ele, vai abrir a venda quando o produto tiver chegado às lojas nos EUA.

    A empresa também está promovendo um sorteio de uma unidade.

    O preço foi definido por uma pesquisa feita no site MercadoLivre, onde há pessoas vendendo o Glass por entre R$ 5.300 e R$ 6.000. "Mas ninguém dá garantia", diz.

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