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    De Serro a Diamantina, circuito mineiro encanta com cenas bucólicas

    ROBERTO DE OLIVEIRA
    da Revista da Folha

    20/10/2009 10h03

    História, fé e crendice se misturam num passeio cercado de causos e forrado de pão de queijo pelo circuito dos diamantes, em Minas Gerais.

    Serro

    A pequenina e charmosa cidade está esparramada entre montanhas. No alto delas, igrejas, como as de Santa Rita, Bom Jesus de Matosinhos, ambas do século 18, e Nossa Senhora do Carmo casario colonial é bem conservado.

    Sede de uma das quatro primeiras comarcas da Capitania das Minas Gerais, a antiga Vila do Príncipe do Serro Frio, hoje cidade do Serro, ainda guarda as características coloniais. É o primeiro município brasileiro a ter seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em abril de 1938.

    Roberto de Oliveira/Folha Imagem

    Entre os mineiros, a cidade é famosa pelo queijo do Serro. Ao todo, são cerca de dez tipos. Tem ainda fama pela festa do Rosário, com suas animadas congadas, que acontece em julho.

    Biribiri

    A serra do Espinhaço vai ficando ao fundo e, com ela, Diamantina. A estrada é de terra. São 15 km da cidade, 12 deles sem asfalto.

    Nascida no final do século 19, a vila de Biribiri cresceu em torno da Companhia Industrial de Estamparia.

    Nos fins de semana, atrai gente para o restaurante e para a igrejinha do Sagrado Coração de Jesus. Pertinho dali estão as cascatas da Sentinela e dos Cristais, com piscinas naturais. No verão, dá para nadar também no rio Biribiri.

    Diamantina

    Famosa pelas treliças da casa de Chica da Silva, a escrava que fazia de gato e sapato o coração do português João Fernandes de Oliveira, a cidade é dona de um dos mais respeitados casarios coloniais.

    Roberto de Oliveira/Folha Imagem

    A cerca de 300 km de BH, Diamantina é muita visitada, mas mantém aquele gostinho de gente da terra. Cercada pela serra do Espinhaço, realiza a tradicional vesperata, na qual músicos se apresentam nas sacadas dos prédios históricos.

    Um dos mais prósperos povoados do Brasil colônia, na cidade também ocorrem serestas, quando moradores se misturam com a turistada nas ruelas.

    Há ainda apresentação de bandas aos domingos, no chamado Café no Beco.

    Milho Verde

    Roberto de Oliveira/Folha Imagem

    É daqueles lugares que não dá vontade de deixar. Como se não bastasse a exuberância da natureza, o vilarejo tem como ponto alto a hospitalidade de seus moradores. O antigo arraial é, apregoam os nativos, terra natal da personagem histórica Chica da Silva.

    Mesmo os mais céticos vão se encantar com a igreja de Nossa Senhora do Rosário, erguida provavelmente por devoção de negros livres no século 19, como indicam algumas de suas características.

    Mas a valorização da capela se dá por conta da localização: no topo de uma colina, com ampla vista para o vale e as serras que integram o maciço do pico do Itambé.

    São Gonçalo do Rio das Pedras

    Roberto de Oliveira/Folha Imagem

    Muita coisa acontece nesse vilarejo.

    A comunidade é bem organizada. Promove desde festas até produção de cosméticos e compotas.

    Duas belas igrejinhas: a matriz de São Gonçalo e a de Nossa Senhora do Rosário, dos séculos 18 e 19, respectivamente, são referências.

    Por onde a vista alcança, muito verde, resquícios de mata atlântica.

    As ruas são feitas com pedras por onde os escravos passavam há mais de 300 anos.

    Há um ar de isolamento, de tranquilidade, de contato com a natureza.

    Nas vizinhanças, muitas cachoeiras.

    Em MG, circuito dos diamantes une história, fé, causos e pão de queijo

    Roberto de Oliveira viajou a convite do Instituto Estrada Real e da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.

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