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    A 20 km de Gizé, Saqqara é o maior sítio arqueológico do Egito

    SÍLVIA FREIRE
    enviada especial da Folha de S.Paulo ao Cairo

    28/01/2010 08h01

    As três grandes pirâmides do platô de Gizé são, de longe, os monumentos mais visitados do Egito. Diariamente, milhares de turistas do mundo inteiro, submetidos ao assédio de uma horda de vendedores de suvenires, se aglomeram na base das pirâmides e da misteriosa e gigantesca figura com corpo de leão e cabeça humana.

    O desafio é contemplar os monumentos com calma apesar dos insistentes vendedores e de pessoas oferecendo passeios de camelo, cavalo ou charrete. A maioria dos turistas vai em excursões que incluem uma visita às fábricas de papiros nas imediações. Mas é possível chegar ao local de táxi e permanecer o tempo que quiser.

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    Guilherme Tosetto/Folha Imagem
    A esfinge de Gizé é uma das maiores estátuas lavradas em uma única pedra do mundo; veja galeria de imagens
    A esfinge de Gizé é uma das maiores estátuas lavradas em uma única pedra do mundo; veja galeria de imagens

    A pirâmide mais alta (146 metros de altura originalmente, e 9 metros a menos agora -o edifício do Banespa, considerado o terceiro mais alto de São Paulo, tem 161 metros) foi a primeira de todas a ser erguida no local. O faraó Queóps (2551 a.C. a 2528 a.C.) escolheu um local ao norte da então tradicional necrópole de Mênfis, capital do Egito na época, para construir seu complexo funerário.

    Além da grande pirâmide, havia um templo funerário, destinado a receber as oferendas ao faraó morto, e o templo do vale, que abrigava o corpo mumificado do faraó até o enterro. Hoje, somente a pirâmide continua lá.

    Recentemente, foi construído na face sul da pirâmide de Queóps um museu para abrigar o barco solar, uma embarcação que pode ter transportado a múmia do faraó de Mênfis até Gizé. O barco, construído em cedro, foi enterrado ao lado da pirâmide há cerca 45 séculos e meticulosamente restaurado nos últimos anos. É possível que seja o mais antigo barco existente no mundo.

    Os faraós seguintes, Quefrém e Miquerinos, respectivamente filho e neto de Queóps, construíram suas pirâmides um pouco mais ao sul. A distância entre elas não é grande, mas a caminhada pela areia e sob o sol forte pode ser bem cansativa.

    A opção é ceder ao assédio e alugar uma charrete ou mesmo um camelo. Negocie antes o preço e o itinerário que será feito e deixe claro que não dará nenhuma piastra a mais. O transporte pode também ser uma boa maneira de chegar ao mirante onde há uma vista panorâmica do sítio histórico.

    Saqqara

    A 20 km ao sul de Gizé está Saqqara, o maior sítio arqueológico do Egito, com tumbas, templos e 11 pirâmides. Nem todas estão abertas à visitação. A maior e mais impressionante é a pirâmide escalonada de Zoser (2630 a 2622 a.C), a primeira tentativa de construir uma estrutura neste formato.

    Sílvia Freire/Folha Imagem
    Pirâmide escalonada em Saqqara, onde tumbas e pirâmides descrevem como era dia a dia no Egito antigo; veja galeria
    Pirâmide escalonada em Saqqara, onde tumbas e pirâmides descrevem como era dia a dia no Egito antigo; veja galeria

    A pirâmide escalonada foi concebida como um "empilhamento" de seis tumbas de tamanho decrescente. Não é possível entrar nela. Na face norte, há o serdab -pequeno cômodo de pedra com apenas dois pequenos orifícios-, de onde se vê a estátua em tamanho natural do faraó. Assustador!

    As excursões a Saqqara geralmente limitam-se a uma visita à pirâmide escalonada, mas há muito mais o que ver no local. Por cerca de US$ 50 é possível contratar um táxi no Cairo e visitar esse lugar com mais calma. Vários guias oferecem seus serviços. Como sempre, combine o preço antes.

    Diferentemente do platô de Gizé, as tumba e pirâmides no sítio de Saqqara são cobertas de inscrições e relevos, que descrevem como era a rotina no Egito antigo: trabalhadores pastoreando o gado, pescando ou fazendo pão. A tumba de Ti, que foi um nobre rico e influente, é uma das maiores e mais bonitas do Egito, com inúmeros e belos relevos coloridos.

    Apesar de parecer apenas um amontoado de pedras e areia, é possível entrar na pirâmide de Teti (2345 a 2323 a.C). Uma rampa em declive leva a um corredor recoberto de hieróglifos e a dois cômodos. A câmara funerária tem o teto ainda pintado de azul com estrelas douradas e um sarcófago. A tumba de Mereruca, sacerdote e alto oficial de Teti, tem 32 salas, todas recobertas por relevos.

    No mesmo dia, pode-se visitar o sítio histórico de Dashur, cerca de 10 km mais ao sul, onde está a chamada pirâmide Vermelha, a terceira maior em tamanho do Egito e a primeira a ter esse formato. Foi construída supostamente por Sneferu, pai de Queóps. A entrada da pirâmide está a uma altura de cerca de 65 metros, onde se chega por um escada externa. Dentro, uma rampa baixa e descendente leva a dois salões altos e escuros.

    Leia a reportagem completa na edição de hoje da Folha (disponível para assinantes do UOL e do jornal).

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