Os cassinos de Macau (China) registraram em 2010 um faturamento de US$ 23,5 bilhões, ou seja, um total quatro vezes maior do que o dos cassinos de Las Vegas, segundo estatísticas oficiais divulgadas nesta segunda-feira (3).
De carona em Macau, Sudeste Asiático quer ter mais cassinos
O faturamento em 2010 teve uma alta de 57,8%, confirmando o status de Macau como a capital mundial dos jogos de azar, graças a milhões de apostadores chineses que viajam para esta antiga colônia portuguesa.
Bobby Yip - 15.mar.2001/Reuters |
Luzes neon de hotéis e estabelecimentos de lazer em área turística de Macau, China; região é considerada capital dos jogos de azar |
Os cassinos de Macau registraram um lucro de 188,3 bilhões de patacas (US$ 23,5 bilhões), contra 119,3 bilhões de patacas em 2009, indicou a agência de inspeção e coordenação de jogos.
Esta quantia é quase quatro vezes superior aos US$ 6 bilhões em apostas feitas em Las Vegas em 2010, de acordo com a casa de corretagem CLSA de Hong Kong.
Macau também bateu um recorde de faturamento em dezembro, ao arrecadar 18,88 bilhões de patacas, ou seja, uma alta de 66,4% em relação ao mesmo período de 2009.
"Não é apenas Macau ou as apostas. Há uma enorme quantidade de chineses do continente que viajam e gastam dinheiro", disse o analista Aaron Fischer, da CLSA, ao referir-se ao fenômeno.
Paul Yeung - 11.fev.2007/Reuters | ||
Fachadas dos cassinos Grand Lisboa (esq.) e Lisboa (dir.), do magnata Stanley Ho, em Macau, China |
EXCEÇÃO
Devolvido à China por Portugal em 1999, Macau é o único território chinês que autoriza os cassinos.
Mas o governo chinês e a Região Especial Administrativa de Macau veem cada vez mais com preocupação as enormes somas de dinheiro que movimenta a economia local e impuseram severas restrições para tentar conter esse crescimento desenfreado.
O governo chinês endureceu em 2009 as exigências para conceder vistos para que seus cidadãos viajem a Macau.
Por sua vez, Macau redobrou a pressão para controlar o mercado de trabalho, proibindo que estrangeiros que possuem apenas visto de turistas trabalhem.
Em março, o governo de Macau disse que limitaria o número de mesas de apostas nos cassinos, dificultando os planos de expansão dos grandes operadores.
Estas medidas provocaram dores de cabeça nos operadores de cassinos, incluindo o americano Las Vegas Sands, que viu ser adiado diversas vezes um projeto de US$ 4,1 bilhões, e o SJM Holding, do empresário multimilionário de origem chinesa Stanley Ho, que teve durante anos o monopólio dos jogos de azar em Macau.
Macau bate recordes, apesar da grande concorrência que tem em nível regional, já que Cingapura abriu novos cassinos e busca atrair parte do mercado asiático.
Alguns especialistas afirmam que a Ásia ofuscará por completo o mercado americano das apostas em poucos anos.
Silvio Cioffi-23.jul.2008/Folhapress | ||
Luzes na avenida Strip, em vista noturna de Las Vegas, nos Estados Unidos |