Um grande diferencial do parque da Tijuca, no Rio de Janeiro, em relação a outros federais é o cultural, conta a museóloga Ana Cristina Vieira, coordenadora de cultura da instituição.
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Maurício Kanno/Folhapress |
Restaurante Floresta, no setor Floresta da Tijuca, aproveita construção da época das fazendas de café, do século 19 |
Ela explica que há no parque mais de 20 edificações históricas e monumentos, 120 sítios arqueológicos catalogados, 7.000 peças arqueológicas e também patrimônio "imaterial".
Entre as edificações antigas hoje utilizadas de outras formas no parque, estão casas de administradores de fazendas ou do processo de reflorestamento, além de senzalas. Exemplos são o Barracão --hoje sede da adminisração do parque-- e o Restaurante Floresta.
Um sítio arqueológico importante do parque é o de Mocke, que pertenceu a um médico holandês e fazia parte da maior fazenda do império brasileiro, segundo Ana Cristina. "Na época do ciclo do café, tinha mais de 100 mil pés de café".
Há também as ruínas do sítio do Humaitá, de Vila Rica e da fazenda São Luís. Esta última tinha 16 edificações e é um dos locais a que ainda não se permite visitação para que pesquisadores possam explorá-lo adequadamente.
Silvio Cioffi -23.abr.2003/Folhapress |
Diante da pedra Bonita, a pedra da Gávea, com a Cara do Imperador incrustada, em setor perto da praia de São Conrado |
MISTICISMO
Quanto ao patrimônio imaterial, destacam-se o misticismo e a espiritualidade associados a alguns locais. "São várias lendas, desde o século 19. E a floresta é considerada local sagrado para celebrações de 19 religiões", registrou Ana Cristina.
Segundo ela, místicos acreditam que haveria "portais para outras dimensões" junto à pedra da Gávea e na de Andaraí Maior. Em ambos os locais, há rostos esculpidos: no primeiro, há possibilidade histórica de ligação com fenícios; o segundo caso parece mais fruto de erosão, no entanto, acredita a museóloga.