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    Antuérpia já foi centro financeiro europeu e sede da Olimpíada

    MARINA GURGEL
    NA ANTUÉRPIA, BÉLGICA

    09/08/2012 03h30

    A Antuérpia deve muito dos seus dias de glória ao rio Schelde e ao seu porto, que fizeram da cidade uma das mais importantes do mundo no fim do século 15.

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    Inaugurado em 2011, o MAS (www.mas.be ) é um museu que presta homenagem à rica história da cidade com um acervo bem completo. À beira do rio, o prédio moderno é aberto e oferece uma vista de 360 graus da cidade, com destaque para o porto, até hoje grandioso.

    Com o assoreamento do rio que levava à Bruges, a Antuérpia rapidamente se tornou o centro comercial da Europa ocidental, aproveitando-se do começo da era colonial. Abrigou refinarias de açúcar, que recebiam cana vinda das Antilhas, para em seguida reexportá-la.

    A cidade também se tornou um centro financeiro, foi a primeira do mundo a ter uma Bolsa de Valores, em 1531, e logo se converteu também em um centro cultural.

    A Antuérpia sofreu um declínio com a época da Reforma religiosa e a falência de Portugal e Espanha. Sua catedral chegou a ser atacada por protestantes. Em 1585, a cidade foi ocupada por espanhóis. Em retaliação, a Holanda, que era contra o rei da Espanha, fechou o rio Schelde, fazendo com que o porto quase morresse.

    No entanto, a Antuérpia continuou a ser um centro artístico. Foi nessa época que viveu por lá o pintor barroco Peter Paul Rubens, que até hoje recebe muito destaque nos museus locais. Suas obras podem ser vistas principalmente na Royal Museum of Fine Arts (www.kmska.be ) e na catedral da cidade.

    Editoria de arte/Folhapress

    Com a chegada de Napoleão, o porto foi reconstruído pelos franceses e, no século 19, já era o terceiro maior do mundo (atrás apenas de Londres e Nova York).

    As artes também voltaram a florescer, atraindo pintores de toda Europa, como Van Gogh. Suas gráficas industriais também ficaram famosas. O museu Plantin-Moretus (www.museumplantinmoretus.be ), reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade, homenageia os tipógrafos Christoffel Plantijn e Jan Moretus.

    JOGOS OLÍMPICOS
    Em 1920, a cidade recebeu a Olimpíada na tentativa de levantar o moral da Bélgica, que tinha sido devastada durante a Primeira Guerra Mundial. Com a cidade destruída e quebrada economicamente, o evento foi um fracasso, já que poucos podiam pagar pelos ingressos.

    A economia voltou a melhorar e, em 1932, a cidade foi a primeira da Europa a ter um arranha-céu. Mas não espere muita coisa: a KBC Tower tem apenas 26 andares.

    O município foi alvo fácil dos nazistas, mas seu porto não foi muito danificado e, em 1944, serviu de base para os Aliados.

    A partir dos anos 1960, a cidade começou a receber muitos imigrantes, principalmente do norte da África. Apesar do lado moderno e liberal presente na Antuérpia, os imigrantes sofrem preconceito dos habitantes locais, o que gera alguns conflitos sociais.

    LENDA
    O nome Antuérpia significa "jogar a mão" e vem de um mito de que na região vivia um gigante do mal, Druon Antigoon. Ele machucava as mãos de capitães de barcos que se recusavam a pagar um pedágio exorbitante.

    Então, o soldado romano Silvius Brabo o desafiou para uma briga e cortou uma de suas mãos, que caiu no rio, em frente ao local onde a cidade surgiu. A fonte Brabo, no Grote Markt, refere-se ao evento.

    Escavações no lado direito do rio Schelde comprovaram que a região já era habitada entre os séculos 2º e 3º por um povo galo-romano. Já os restos de um gigante ninguém achou até agora.

    Editoria de arte/Folhapress

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