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    Museu americano dedicado à memória da escravidão é aberto em Louisiana

    DE SÃO PAULO

    12/03/2015 02h00

    Pouco mais de 151 anos após a abolição da escravatura nos Estados Unidos, o país ganhou seu primeiro museu dedicado ao tema. Localizado em Wallace, cidade a cerca de uma hora de Nova Orleans, no Estado da Louisiana, o museu Whitney Plantation abriu no começo de dezembro do ano passado.

    O local busca mostrar ao visitante a história da escravidão na Louisiana e também chamar a atenção para a exploração vivida pelos escravos que moravam ali.

    Na propriedade, há murais com os nomes das mais de 350 pessoas escravizados pela família Haydel (primeira proprietária do local). Os dados foram recuperados a partir de documentos oficiais. Estão expostas informações pessoais dos escravos, como origem, idade e habilidades, que eram usadas para atribuir um valor a eles.

    O museu também exibe memoriais com os nomes de todos os escravos que constam na base de arquivos históricos da Louisiana de 1719 a 1820. São 107 mil nomes gravados em 216 placas de granito organizadas em 18 murais com imagens e frases relacionadas à escravidão.

    Uma das partes mais marcantes do museu são as 40 estátuas denominadas "filhos de Whitney" feitas pelo artista Woodrow Nash, de Ohio, representando as crianças escravizadas e mortas no local.

    A área do "campo dos anjos" exibe os nomes de 2.200 crianças que foram escravizadas e morreram na fazendo entre 1823 e 1863, com média de idade de três anos.

    Uma escultura com a imagem de um anjo negro carregando um bebê aos céus, criada por Rod Moorhead, artista do Mississippi, está instalada no meio do campo.

    Entre as construções originais da propriedade estão a casa-grande, a casa do capataz, sete cabanas de escravos, celeiros e a cozinha, a mais antiga da Louisiana, construído no final do século 18.

    Mike Greenberg/Divulgação
    Antiga casa-grande da fazenda do museu, com 14 quartos; plantação chegou a ter mais de 350 escravos
    Antiga casa-grande da fazenda, com 14 quartos; plantação chegou a ter mais de 350 escravos

    ARQUITETURA

    A casa-grande foi construída em alvenaria e madeira no final do século 18. Sua expansão para o tamanho atual ocorreu em 1815. Com 14 quartos, é uma das primeiras construções crioulas da Louisiana.

    Era ali que trabalhavam os escravos domésticos que eram responsáveis por tarefas como limpeza, lavar e passar roupas, cuidar das crianças, servir refeições e abanar os donos enquanto comiam.

    O celeiro, em estilo francês, é o último do tipo existente nos Estados Unidos e sua construção data da mesma época da casa grande.

    A área antes ocupada pela plantação de açúcar pode ser visitada somente em tours guiados. Já a interna é liberada para visitas individuais.

    Algumas áreas do museu serviram de locação para as filmagens de "Django Livre" (2012), filme de Quentin Tarantino que conta a história de um escravo.

    O primeiro dono do local emigrou da Alemanha para os Estados Unidos em 1721. No início dos anos 1800, seu filho mais novo, Jean Jacques Haydel, transformou a fazenda numa plantação de açúcar. A família era uma das maiores proprietárias de escravos do Estado.

    O nome atual da propriedade, Whitney, surgiu depois da Guerra de Secessão (1861-1865), quando a fazenda foi comprada por um nova-iorquino que deu à propriedade o sobrenome do seu neto.

    Editoria de arte/Folhapress
    Onde Fica Wallace
    Onde Fica Wallace

    WHITNEY PLANTATION
    ONDE em Wallace, Lousiana; das 9h3
    0 às 16h30; fechado às terças; whitneyplantation.com
    QUANTO US$ 22 (R$ 68)

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