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    Cruzeiros 'boutique' são nova aposta de Richard Branson, mas só para 2020

    DA AFP

    25/06/2015 02h00

    O primeiro cruzeiro da empresa Virgin Cruises zarpará em 2020 do porto de Miami, na última terça-feira (23) o magnata britânico Richard Branson, que decidiu apostar sua mais recente aventura empresarial em barcos "butique" de tamanho médio.

    "A Virgin Cruises planeja entusiasmar com uma experiência original e íntima", indicou Branson em coletiva de imprensa no Pérez Art Museum de Miami, onde chegou, fiel a seu estilo irreverente, em um helicóptero entre fogos de artifício.

    "A empresa transformará a experiência de um cruzeiro. O enfoque da Virgin Cruises agradará as pessoas que costumam usar cruzeiros e as que não", disse Branson, 62, fundador da Virgin Group, que engloba mais de 400 empresas em diversos setores, de uma companhia ferroviária a uma companhia aérea, passando por um banco e TVs por assinatura.

    O excêntrico milionário percorreu os poucos quilômetros entre o porto de Miami e o museu em um helicóptero, do qual desceu vestindo o quepe e uma camisa de capitão de barco, mas com bermudas e sapatos náuticos vermelhos, acompanhado de modelos vestidas com justos uniformes de marinheiro.

    Branson, que disse sonhar ter uma empresa de cruzeiros desde os 27 anos, encomendou os três primeiros navios à italiana Fincantieri, que os entregará para começar a operar em 2020, 2021 e 2022, respectivamente.

    "Tomamos a decisão de ir contra a corrente de megacruzeiros; vamos construir barcos 'butique', menores", disse o presidente da Virgin Cruises, Tom McAlpin. "Escolhemos o tamanho que permitirá oferecer uma excelente variedade de experiências em ambiente mais íntimo".

    Embora a empresa tenha revelado que os barcos terão 110 mil toneladas, com 1.430 cabines, onde poderão viajar cerca de 2.800 passageiros e uma tripulação de 1.150 pessoas, foram mantidos em segredo os projetos de embarcações e suas características técnicas.

    "São máquinas de alta tecnologia, com nível de entretenimento muito complexo e desafios tecnológicos, mas estou certo que juntos poderemos desenvolver algo especial", disse Vincenzo Petrone, presidente da Fincantieri.

    ROTA CARIBENHA

    A Virgin Cruises é uma parceria entre o Virgin Group e o fundo de investimentos Bain Capital. Não foi revelado o montante de investimentos.

    Há um grande segmento da população "predominantemente jovem, aventureiro, apaixonado e altamente sofisticado", interessado em cruzeiros, mas que sente que "o produto, na prática, não satisfaz suas demandas", e esse segmento é o alvo da Virgin Cruises, disse Ryan Cotton, diretor-executivo da Bain Capital.

    O primeiro cruzeiro vai passar pelo Caribe por uma semana, partindo de Miami, na Flórida (EUA). Branson disse que gostaria que os barcos fizessem escala em Cuba, que classificou como "um país fantástico", mas afirmou que isso ainda não está em projeto.

    Washington outorgou em maio, pela primeira vez em meio século, ao menos cinco licenças para permitir serviços de barcos com passageiros entre os EUA e Cuba, em meio à aproximação entre os dois ex-inimigos, mas os trajetos ainda não se concretizaram.

    O prefeito do condado de Miami-Dade, Carlos Gutiérrez, se disse feliz pela instalação da Virgin Cruises na cidade, o que, para ele, criará postos de trabalho no porto, que já emprega cerca de 200 mil pessoas.

    Ao final da entrevista coletiva, o prefeito e o presidente da Fincantieri não escaparam de ter as gravatas cortadas com uma tesoura por Branson, que disse que o ato fazia parte de sua campanha contra as vestimentas formais.

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