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    Icônico Grand Palais, em Paris, vai passar por reforma de R$ 1,7 bilhão

    DA EFE

    30/12/2015 02h00

    Ian Langsdon/Efe
    Homem observa obra da retratista francesa Elisabeth Louise Vigée-Le Brun, no Grand Palais, em Paris, nesta segunda-feira
    Homem observa obra da retratista Elisabeth Louise Vigée-Le Brun em exposição no Grand Palais

    Os 77 mil metros quadrados de pedra, aço e vidro do Grand Palais, em Paris, um esplêndido salão de exposições cercado pelo rio Sena e pela torre Eiffel, passarão por uma reforma de quase € 400 milhões (R$ 1,7 bilhão) que exigirá o fechamento do espaço durante dois anos.

    As obras para revitalizar, atualizar as medidas de segurança e aproveitar melhor os espaços desse heterogêneo palácio diáfano não começarão antes da segunda metade de 2019, segundo anúncio feito no jornal "Le Monde" por Jean-Paul Cluzel, presidente da entidade que administra esse autêntico patrimônio francês.

    Cluzel, cujo mandato terminará em 30 de janeiro, estima o custo do projeto em € 393 milhões, dos quais € 116 milhões foram destinados pelo Ministério da Cultura e outros € 150 milhões foram obtidos por meio de um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos e outro dos cofres públicos franceses.

    Com isso, ainda falta arrecadar € 127 milhões para modernizar um edifício centenário, no qual já foram gastos outros € 100 milhões em uma reforma parcial entre 2002 e 2007, após um estudo de contingências por causa de um acidente em 1993.

    Esta será a segunda grande renovação à qual o Grand Palais será submetido no século 21. O espaço, que no ano passado recebeu mais de 2 milhões de visitantes, foi inaugurado em 1900 por ocasião da Exposição Universal de Paris com o trabalho de quatro arquitetos: Henri Deglane, Albert Louvet, Charles Girault e Albert-Félix-Théophile Thomas.

    Um terço do orçamento será destinado a readaptar espaços que antes não podiam se comunicar com a parte central para habilitar mais metros quadrados e, segundo Cluzel, "gerar um aumento do volume de negócio".

    Outra parte do valor será usada para adaptar normas e medidas de segurança vigentes, e o último terço do dinheiro será investido na restauração geral do local.

    Por sua parte frontal neoclássica, que dá acesso a uma nave de 13,5 mil metros quadrados, desfilaram a fantasia de Chanel, os monstros escultóricos de Anish Kapour e o gênio imortal de Picasso.

    Atualmente e até o dia 29 de fevereiro, o Grand Palais abriga a mostra "Picasso.mania", que confronta o mestre cubista com outros grandes artistas mortos do século 20, como Roy Lichtenstein, Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat.

    Em 2016, o palácio abrirá espaço à languidez de Amadeo Modigliani, a musicalidade de Marc Chagall e a instantaneidade de Sydou Keïta. Também receberá leilões de carros antigos, a feira de arte contemporânea Fiac, o Salão Internacional do Livro e até uma mostra de cerâmica coreana, entre outras.

    O presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro, Manuel Valls, aprovam a cara reforma de um edifício diferenciado em Paris, de acordo com Cluzel. Sua arquitetura, um canto ao ecleticismo da "Belle Époque" com autoria pactuada, lhe transforma em um verso solto na paisagem da cidade.

    A nave principal, que conta com uma abóbada de vidro e armação de aço de 45 metros de altura (até 60 metros com o pináculo), se distingue como referência visual a partir de muitos pontos da capital francesa.

    Além disso, o Grand Palais está localizado ao lado do Petit Palais e junto à ponte de Alexandre III, outros pontos turísticos da cidade e famosos por seus postes de luz negra e seus dragões dourados.

    O anúncio da reforma, que convida os curiosos a se apressar antes do fechamento temporário, acontece durante as festas de fim de ano, que tradicionalmente representa o maior pico de turismo anual em Paris. Coincide também com um período de incerteza no setor turístico de uma cidade que se vangloria por ser a mais visitada do mundo, depois dos ataques de 13 de novembro. Neles, 150 pessoas morreram e mais de 350 ficaram feridas.

    Paris é a capital de um país onde o turismo representa 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números do Instituto Nacional de Estatística.

    François Guillot/AFP
    Oba de Daniel Buren ocupa o Grand Palais durante a Monumenta, em 2012
    Oba de Daniel Buren ocupa o Grand Palais durante a Monumenta, em 2012

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