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    EUA entra no livro dos recordes com a pimenta mais ardida do mundo

    DA EFE

    28/01/2014 13h20

    O produtor da pimenta mais ardida do mundo, a Carolina Reaper, não é um mexicano, mas um americano da Carolina do Sul. Ela acaba de entrar no Guiness, o livro dos recordes.

    "Esta pimenta é 300 vezes mais picante que o jalapeño. Ela tem mil unidades na escala de ardência e a Carolina Reaper tem 1,5 milhão", disse orgulhoso à Agência Efe Ed Currie, o dono do recorde mundial.

    A pimenta, chamada na América Latina e nos Estados Unidos de chili, é parte da dieta no continente americano desde 7.500 anos antes de Cristo.

    O empresário, de 50 anos, esteve interessado nesta fruta picante durante toda sua vida e desde que provou um chilli doce do Caribe, há cerca de 10 anos, se decidiu a criar a mais picante do planeta.

    O talo da Carolina Reaper parece a cauda de um escorpião e no outro extremo está a fruta vermelha, cuja concentração de ardor é quase a mesma que a maioria dos sprays de pimenta utilizados pela polícia americana.

    "Muita gente se sente mal depois de prová-la; é extremamente picante", declarou. Isso porque é uma mistura das pimentas Naga e Havaneros.

    Em 26 de dezembro de 2013, o Livro dos Recordes Guinness registrou a Carolina Reaper como a pimenta mais picante da Terra. Para demonstrá-lo, Currie fez uma campanha de mais de quatro anos e que custou US$ 12 mil em testes.

    O nível de ardência foi certificado por estudantes da Universidade de Winthrop, que testam diversos alimentos como parte de seus experimentos científicos.

    O Guinness explicou que a escala de unidades de Scoville (SHU) é um método de quantificação de uma substância picante através da determinação da concentração dos compostos químicos responsáveis da sensação, chamados capsaicinóides.

    "A pimenta mais picante é a Smokin Ed Carolina Reaper, cultivado pela The Pepper Company PuckerButt (nos EUA), com taxas de 1.569.300 unidades do calor de Scoville (SHU), de acordo com as provas realizadas pela Universidade de Winthrop na Carolina do Sul, EUA, em 2012", registrou o livro.

    Este fruto chegou a registrar 2,2 milhões de unidades em certos picos da escala.

    O recorde mundial anterior era da pimenta Trinidad Moruga Escorpion de Trinidad e Tobago.

    Currie é consciente de que a influência da imigração latina nos Estados Unidos gerou um maior interesse pelo chilli na dieta americana.

    De 2010 a 2012, a menção da palavra "picante" nos menus de fast-food disparou 15% e agora chegou a 17%, de acordo com a empresa de consultoria da indústria alimentícia Technomic.

    O mercado cresceu tanto nos Estados Unidos que em menos de cinco anos a quantidade do pimenta consumida pelos americanos aumentou 8%, segundo estatísticas do Departamento de Agricultura.

    "Há muita influência das pessoas da América Central e da América do Sul e neste momento a pimenta é a número um. É uma oportunidade para os produtores", comemorou Currie.

    Para este ano, o produtor pretende colher 17 milhões de pimentas em suas terras na Carolina do Sul. Com isso, poderia faturar US$ 1 bilhão vendendo as sementes e misturarando os frutos em uma pasta para vender às empresas produtoras de molhos picantes.

    "Isto não é para conseguir um recorde na Carolina do Sul, mas porque é um produto que gera oportunidades e trabalhos", acrescentou. "Contrato gente de algumas partes do México quando necessitamos cultivar".

    Os restaurantes de comida típica mexicana têm tradicionalmente vários tipos de molhos picantes. Na região metropolitana de Washington, D. C., nem as "taquerias" nem os restaurantes de alta gastronomia mexicana incluíram em seus condimentos a pimenta mais potente do mundo.

    "A maioria das pimentas que usamos são a pasilla de Oaxaca, chipotle, chihuatle, largo, mulato, jalapeños e serranos. Todos de origem indígena mexicana", contou Rodrigo Pérez, chef do restaurante de comida mexicana Oyamel, que fica no centro da capital americana.

    E explicou que a pimenta é uma fruta e cada uma tem sabor e cheiro diferente. Para empregá-la nos alimentos é necessário conseguir equilíbrios nos sabores. A potente Carolina Reaper, para Pérez, possivelmente será consumida nos restaurantes de cozinha crioula.

    Para efeito de comparação, a pimenta jalapeño é considerada medianamente picante, com entre 2.500 e 8 mil pontos na escala Scoville.

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