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    Gigante alimentícia italiana quer imprimir macarrão em 3D

    DO "GUARDIAN", EM ROMA

    12/02/2014 03h00

    No passado não muito distante, a massa dos sonhos dos italianos era feita, estendida e cortada à mão na cozinha. Agora, porém, a maior fabricante mundial de macarrão está aperfeiçoando um tipo muito diferente de técnica de confecção -com o uso de impressoras 3D.

    Robyn Beck - 9.jan.14/AFP
    Doces feitos com impressora 3D são exibidos na Consumer Electronics Show, em Las Vegas
    Doces feitos com impressora 3D são exibidos na Consumer Electronics Show, em Las Vegas

    A Barilla, gigante dos alimentos sediada em Parma, anunciou no mês passado que estava trabalhando com a TNO, uma organização holandesa de pesquisa científica, em um projeto que utilizava a mesma tecnologia de ponta que já produziu surpreendentes desenvolvimentos na indústria e biotecnologia, e que muita gente acredita esteja a ponto, agora, de causar mudanças semelhantes no setor de alimentos.

    Kjeld van Bommel, líder de projeto da TNO, disse que uma das potenciais aplicações da tecnologia seria permitir que clientes apresentassem a restaurantes os formatos de macarrão de seus sonhos, armazenados em um pen drive USB.

    "Suponha que seja seu aniversário de casamento", disse Bommel, segundo o jornal holandês "Trouw". "Você sai para um jantar e surpreende sua mulher com macarrão em formato de rosa."

    Ele disse que a velocidade era um dos focos do projeto da Barilla: a companhia, que está há quatro gerações sob o comando da família que a criou, deseja imprimir de 15 a 20 peças de massa em menos de dois minutos. O projeto já conquistou algum progresso, disse ele, e hoje é possível imprimir em velocidade dez vezes mais rápida do que quando a tecnologia surgiu.

    Segundo reportagens, a Barilla quer vender aos consumidores cartuchos de massa pré-preparada para uso em impressoras 3D, com as quais eles criariam seus próprios designs para o macarrão.

    Mas a companhia se recusou a oferecer detalhes, dizendo que as afirmações são "especulação". A Barilla declarou que embora o projeto esteja em curso há cerca de dois anos, ainda está em "fase preliminar".

    Contatada pela reportagem, a TNO disse que o interesse da mídia pelo projeto havia disparado nos últimos dias, e se recusou a fazer quaisquer outros comentários sobre a natureza do projeto.

    EM ALTA

    A tecnologia da impressão em 3D está avançando em diversos setores -e em todo o mundo. No ano passado, uma companhia sediada na Califórnia produziu a primeira arma de fogo impressa em metal por uma impressora 3D; a arma era capaz de disparar 50 cartuchos sem quebrar.

    Na feira de eletrônicos Consumer Electronics Show, em Las Vegas, no começo do ano, a companhia americana 3D Systems exibiu uma série de impressoras capazes de imprimir comida, especializada em confeitos e chocolates.

    Em 2013, a espanhola Natural Machines revelou o protótipo da impressora Foodini, que combina "tecnologia, comida, arte e design" e é capaz de produzir materiais comestíveis que variam de chocolates a massas.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI.

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